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Equatorial (EQTL3): como Bradesco BBI, BTG, Inter e Morgan Stanley avaliam a compra da CELG-D?

Companhia comprou a distribuidora por R$ 1,575 bilhão e assumiu uma dívida de R$ 5,9 bilhões

- Reprodução/Equatorial Energia
- Reprodução/Equatorial Energia

Na sexta-feira (23), a Equatorial (EQTL3) comprou a distribuidora Celg-D, da Enel, por R$ 1,575 bilhão e assumiu uma dívida de R$ 5,9 bilhões.

A aquisição ocorreu mediante a compra de 282.965.232 ações da Celg-D, que representam 99,964% do capital social da empresa.

Para o Bradesco BBI, à primeira vista, a transação representa um acréscimo aos negócios da companhia. Analistas reiteraram a recomendação outperform para os papéis EQTL3, com preço-alvo de R$ 32,00 por papel.

Já o BTG Pactual destacou que a venda de Celg-D ocorre logo após a Enel não entregar melhorias nos indicadores de qualidade da Celg-D por quase dois anos consecutivos, o que a coloca sob forte pressão do governo do estado e potencialmente leva à rescisão de seu contrato de concessão.

No entanto, a Equatorial possui um forte histórico de melhoria dos indicadores de qualidade em suas concessões, então não esperam nada diferente desta vez.

O fato relevante menciona que o preço de aquisição pode eventualmente sofrer alterações devido a um acordo de earn-out com o vendedor relacionado a pagamentos e recebíveis de contingências.

Embora os detalhes sobre o earn-out não tenham sido divulgados, o VPL da transação pode mudar, especialmente se considerado que existem passivos fora do balanço que totalizam R$ 4,82 bilhões.

A Celg-D também possui R$ 5,72 bilhões em empréstimos entre companhias que deverão ser pré-pagos nos próximos doze meses após a data de fechamento.

No entanto, a Equatorial anunciou que já garantiu uma linha de crédito de até R$ 7 bilhões para financiar a aquisição.

Analistas mantiveram o preço-alvo de R$ 27,00 sobre os papéis, com recomendação de compra.

O Inter foi na mesma direção e pontuou que a Celg-D apresenta um nível de custos significativamente superior ao da Equatorial, o que sugere uma possível ineficiência operacional, e abre uma oportunidade para melhora.

A revisão tarifária vai ocorrer em 2023, e permitir à Equatorial ampliar os investimentos e expandir a RAB para a próxima revisão.

Mesmo sem estes possíveis investimentos, se considerarmos o EV de R$ 7,55 bi, a RAB de R$ 3 bi em 2018 acrescida dos R$ 5,5 bi de investimentos realizados pela Enel e aplicar uma glosa de 10% nestes, o múltiplo de entrada (EV/RAB) seria próximo de 1x, inferior ao que a Equatorial negocia historicamente, próximo a 2x.

Analistas preferiram aguardar a confirmação da transação para que possam realizar as devidas atualizações em nossas projeções. Por enquanto, reforçaram a recomendação neutra para EQTL3, com preço-alvo de R$ 26,00 por ação ao fim do ano.

Por fim, o Morgan Stanley elegeu os papéis EQTL3 como a top pick no setor de utilidades.

Eles ressaltaram o fato da empresa oferecer uma das maiores taxas de crescimento esperadas, em grande parte ao turnaround operacional e ao crescimento orgânico dos ativos adquiridos em distribuição de energia, saneamento e geração renovável.

O banco reiterou indicação over-weight (OW), com preço-alvo de R$ 30,00 por ação.

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