Os últimos meses têm se mostrado desafiador para as operações do setor de varejo. Frente a um núcleo de inflação persistentemente alta e uma taxa Selic em 13,75% a.a., e sazonalmente afetada, a Genial Investimentos que este foi um primeiro trimestre de desaceleração de demanda.
As varejistas precisaram equilibrar o seu fraco crescimento de receitas, sem deixar a margem operacional escorregar, de acordo com os analistas.
Não trata-se de uma tarefa fácil, porque requer ajustes de investimentos e enxugamento de despesas a todo momento, mas esse foi o tom que Iago Souza, Nina Mirazon e Vinícius Esteves enxergam para o ano.
Ao longo das teleconferências de resultados do período, várias companhias mostraram a menor perspectiva de investimentos para 2023, além de buscar otimizar o seu ciclo operacional.
Das onze empresas de varejo cobertas por Genial Investimentos, 55,0% apresentaram um resultado em linha ao esperado e 27,0% abaixo das projeções.
Abaixo, veja o que disseram os analistas sobre as varejistas de vestuário:
Para a Genial Investimentos, os resultados entre janeiro e março foram impactados por duas dinâmicas:
- – i) registro de temperaturas mais altas no mês de março; e
- – ii) remarcação promocional.
A dinâmica das vendas ainda foi marcada por um cenário macroeconômico desafiador que reduz o apetite para consumo de itens discricionários, e afeta diretamente o top line das empresas de varejo de vestuário.
No trimestre, o desaquecimento das vendas foi potencializado pelo registro de temperaturas mais elevadas no mês de março.
A C&A (CEAB3) se destacou, com um crescimento superior a 6% ano a ano nas receitas de vestuário. Porém, esse crescimento foi parcialmente compensado por uma retração do segmento de Fashiontronics e Beleza (F&B), devido à demanda por itens eletrônicos enfraquecida frente ao cenário macro, de acordo com os analistas.
Tanto a varejista, quanto sua rival Guararapes (GUAR3) conseguiram consolidar ganhos de eficiência em termos de despesas.
A maior alavancagem operacional no segmento de varejo, conseguiu, para ambas as empresas, mais que compensar a queda do resultado operacional das verticais de serviços financeiros devido a maiores despesas de provisão.
A exceção, contudo, foi a Lojas Renner (LREN3). O fraco crescimento de topline não foi capaz de diluir os gastos com o ramp-up do CD de Cabreúva que pressionaram as despesas do trimestre.
Com uma menor alavancagem operacional, a companhia foi a única a reportar retração da margem EBITDA, na ordem de -560bps a/a.
Recomendações
A Genial Investimentos recomenda manter as ações de Lojas Renner (LREN3), com preço-alvo de R$ 20,50 – o que implica em um potencial de valorização de 10,10% sobre a cotação atual.