A MRV (MRVE3) registrou vendas líquidas com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,805 bilhão no terceiro trimestre. O valor representa um recuo de 13,6% na comparação com igual etapa de 2021.
O Bradesco BBI opina que o período entre julho e setembro não foi um bom trimestre para a companhia, com números operacionais fracos e uma queima de caixa pior que o esperado.
Entretanto, para analistas, algumas das adversidades enfrentadas pela empresa podem ser temporárias ou transitórias.
No Brasil, novas regras do programa habitacional Casa Verde e Amarela devem permitir que a MRV reacelere lançamentos e vendas já no quarto trimestre e entreguem margens melhores ao longo de 2023 (ticket médio unitário +7% TaT).
Além disso, o consumo de caixa do ramp up da Resia deve continuar, mas suavizado pela venda de projetos (não houve nenhum no terceiro trimestre), eventualmente com o equilíbrio da geração de caixa quando a produção e as vendas atingirem o patamar de 5,5 mil unidades por ano, provavelmente em 2024.
O risco percebido sobre o aumento da Resia em um momento de aperto nos EUA foi altamente justificável, pois os cap rate dos REITs dos EUA ainda estão abaixo dos planos de negócios da Resia, mas claramente em tendência crescente, alega o Bradesco BBI.
Por outro lado, ainda veem a assimetria de valor para o MRV consolidado como positiva, com as estimativas de Resia provavelmente mantido (a taxa de cap rate de 5,0-5,5% do nosso modelo para as vendas da Resia ainda tem alguma proteção sobre a média de 4,7% do REIT) e alguma vantagem decente para nossas estimativas de BZ, com a suposição de que o aumento da margem em 2023 seja confirmado.
A recomendação outperform foi mantida, com preço-alvo de R$ 17,00. As ações caíam 12,65%, ao preço de R$ 9,18, às 14:16 desta segunda-feira (17).