O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra para as ADRs de Petrobras (PETR3)(PETR4), negociadas pelo código PBR na NYSE, embora seus analistas admitam que a convicção na tese esteja em teste.
A revisão sucede a polêmica decisão da estatal em não distribuir dividendos extraordinários. Na avaliação do banco de investimentos, a distribuição de pelo menos parte do dinheiro extra gerado em 2023 não seria importante apenas pelo montante em si, mas por transmitir pragmatismo pelo controlador, o que, em última análise, permitiria aos investidores perpetuar em parte essa distribuição extraordinária e desencadear uma importante reavaliação das ações.
O banco crê que os investidores não assumirão dividendos especiais por algum tempo e reconhece que uma percepção maior de risco reduziu a capacidade de avaliar como o mercado se dispõe a abordar o múltiplo justo da estatal.
No entanto, analistas veem as ações negociadas a um rendimento de FCFE pouco exigente de 17,00% em 2024 e um rendimento de dividendos de 13,00%, quando se assume nenhum pagamento extraordinário.
Isso reflete um preço médio do petróleo de US$ 75,00 por barril (aproximadamente 7,0% abaixo da média do ano até a data), produção de 2,24 MB/D (dentro das orientações) e capex de US$ 16,70 bilhões (10% abaixo das orientações).
Analistas veem que a petroleira permanece altamente atraente em comparação com muitos de seus pares de mercados emergentes (rendimento de cashback de 8,70%), que também estão altamente expostos a riscos políticos.
Ao supor preços spot de petróleo e CAPEX 25% abaixo das orientações (em linha com a falha dos últimos seis anos), o rendimento de FCFE e dividendos de 2024 aumentaria para 21,00% e 15,00%, respectivamente.
As estimativas de EBITDA para a companhia em 2024 e 2025 permanecem em grande parte inalteradas.
As projeções de geração de FCFE estão 5% e 9% abaixo, respectivamente, para refletir despesas de locação mais altas (que não impactam a política de dividendos, apenas o potencial para pagamentos extraordinários).
O preço-alvo foi mantido em US$ 19,00 por ADR e R$ 47,00 por ação para ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN).
Analistas veem uma assimetria positiva para as estimativas de lucros futuros e ainda suportamos valorações, mas se dizem menos convencidos do que estavam há uma semana, e a Petrobras (PETR3)(PETR4) já não desponta como a opção preferencial no setor – o BTG Pactual (BPAC11) agora diz preferir Prio (PRIO3).