Investir em empresas com exposição ao setor de óleo e gás (OeG) tem sido a principal escolha de muitos investidores, haja vista o patamar de negociação da commodity nos últimos tempos.
Em 2023, as empresas petrolíferas investiram no aumento de produção, o que deve seguir como uma tendência para os próximos anos, de acordo com Giulia Nicola, analista da Nord Research.
Mas uma dúvida pode surgir na hora de comprar os papéis: escolher as ações de Petrobras (PETR3)(PETR4), Prio (PRIO3), ou outra empresa do setor?
Nesse sentido, as ações ordinárias (ON) de Petrobras (PETR3) já não parecem ser tão atraentes assim.
No terceiro trimestre passado, a companhia anotou quedas na receita líquida (-27,00)%, no EBITDA – sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – (-28,00%) e no lucro líquido (-42,00%) em relação ao mesmo intervalo de 2022.
“Parte dessa queda anual foi explicada pela variação negativa da commodity (petróleo Brent), de US$ 100 o barril para US$ 86 o barril no terceiro trimestre, e pela queda do dólar. Já na base trimestral, a empresa conseguiu aumentar o seu nível de vendas, assim como seus números”, comentou Nicola.
No plano de investimento estratégico, a estatal sinalizou uma previsão de US$ 102 bilhões até 2028. Nicola observa que, incluídos no montante, podem estar “investimentos duvidosos”.
“Se no passado a companhia investiu em setores que não deram um grande retorno, como fertilizantes, biocombustíveis e energias renováveis, a volta desses investimentos nos preocupa, já que ela não possui competitividade nesses setores, o que deve levar a uma queima de caixa sem retornos”, completou.
Apesar do baixo múltiplo, a 2,8x EBITDA 2024E, com novos investimentos arriscados e expostos a possíveis ingerências do governo, a Nord Research prefere ficar DE FORA de PETR3.