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Petrobras (PETR4) quer ampliar relação com investidores para proteger ações e evitar fake news

Sergio Caetano Leite, diretor de RI, aposta que maior abertura de informações ao mercado, somada à performance da empresa e à entrega das promessas feitas, foi causa das ações dobrarem de valor em 2023

Fachada Petrobras no Rio de Janeiro - Reuters
Fachada Petrobras no Rio de Janeiro - Reuters

A Petrobras (PETR3)(PETR4) tem como meta em 2024 ampliar o relacionamento com investidores e analistas. Essa é a medida que o diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da estatal, Sergio Caetano Leite, encontrou para que as ações da companhia não sejam penalizadas injustamente com fake news.

Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícia do grupo Estadão, ele disse que a ideia é começar o ano com grande evento em Nova York nos dias 30 e 31 de janeiro. 

Além disso, estão programadas visitas a várias unidades da Petrobras no Brasil ao longo do ano (Investor Tour).

Assim, pela primeira vez na sua história, a petroleira vai reunir investidores e analistas para dois dias de Deep Dive em Nova York, ou mergulho profundo na empresa, em português.

“Se funcionar, faremos depois na Europa e na Ásia. Essa é a principal pegada na área de investidores em 2024, aumentar a transparência. É a única maneira de combater as maledicências e aproximar a Petrobras do investidor”, explicou Leite.

Logo no primeiro dia, investidores e analistas poderão tirar todas as dúvidas em relação à exploração e produção da empresa e downstream (refino, comercialização). No segundo dia será a vez do conceito ESG da companhia e da parte financeira.

Segundo o executivo, toda a diretoria estará presente ao evento, inclusive o presidente da companhia, Jean Paul Prates, além de técnicos da empresa.

Leite, desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2023, colocou em prática a aproximação com os principais investidores da estatal, com a primeira viagem realizada duas semanas após tomar posse no cargo. A ideia é chegar aos mais de 800 mil acionistas.

“Este ano fomos duas vezes à Ásia e ao Oriente Médio e mais de duas vezes aos Estados Unidos e Europa. Fomos, inclusive, na Suíça, que tem investidores importantes, mas que representam pouco na carteira da Petrobras. Fomos lá, vistamos gestores de fundos, e o curioso é que as dúvidas nem sempre tinham a ver com o mundo financeiro”, informou Leite, destacando a curiosidade dos investidores com o pré-sal.

“Eles queriam saber como pode furar a 7 quilômetros, como levavam comida para plataformas a 400 quilômetros da costa, estavam ávidos por voltar a falar com a gente”, exemplificou.

O executivo acredita que foi por conta dessa maior abertura de informações ao mercado, somada à performance da empresa e à entrega das promessas feitas, que as ações da Petrobras dobraram de valor em 2023.

Em dólar, a valorização foi mais de 100%, enquanto no Brasil as ações preferenciais subiram 93%, contra 21% do Ibovespa. Com isso, o valor de mercado da estatal saltou em R$ 140 bilhões ao longo do ano, chegando perto dos R$ 500 bilhões.

Segundo Leite, as ações subiram mais fora do País porque investidores estrangeiros estão menos expostos ao dia a dia das notícias do Brasil, onde circulam muitas notícias falsas.

As informações são do Broadcast do grupo Estadão.

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