No âmbito da Lava Jato

Petrobras (PETR4) esclarece informações sobre condenação de trader de Connecticut

Glenn Oztemel foi julgado em um esquema de subornos direcionados a autoridades da Petrobras (PETR3)(PETR4) por quase oito anos, o que permitiu que duas empresas locais conseguissem firmar contratos com a petroleira brasileira

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro, destaque nos pagamentos de dividendos aos acionistas
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro, destaque nos pagamentos de dividendos aos acionistas | (Reprodução: Canva: Petrobras)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitou esclarecimentos à Petrobras (PETR3)(PETR4) em razão de uma notícia divulgada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que repercutiu amplamente na imprensa brasileira.

Entenda o caso que envolve o trader Glenn Oztemel

A notícia que motivou o ofício da autarquia abrange a condenação de um trader do setor de petróleo e gás do estado de Connecticut, identificado como Glenn Oztemel, de 65 anos.

O trader foi julgado em um esquema de subornos direcionados a autoridades da Petrobras (PETR3)(PETR4) por quase oito anos, o que permitiu que duas empresas locais conseguissem firmar contratos com a petroleira brasileira.

Procuradores norte-americanos informaram que Oztemel foi considerado culpado em todas as sete acusações que pesavam contra ele, inclusive lavagem de dinheiro, conspiração e violação da legislação de práticas corruptas no exterior dos Estados Unidos.

Oztemel, em conjunto com o corretor ítalo-brasileiro Eduardo Innecco, foi acusado de pagar mais de US$ 1 milhão em subornos a representantes da Petrobras (PETR3)(PETR4) e ao trader de combustíveis Rodrigo Berkowitz, que atuava na filial da empresa em Houston.

A dupla utilizava linguagem cifrada, e referia-se a subornos como “café da manhã” e “desvio de frete”.

Repercussão da informação e o que declararam os envolvidos

Promotores indicaram que o esquema ocorreu entre 2010 e 2018, e Oztemel trabalhou nas empresas Arcadia Fuels e Freepoint Commodities até sua aposentadoria em 2020.

O advogado de Oztemel, Nelson Boxer, expressou sua decepção com o veredicto, e afirmou:

“Estamos muito decepcionados com o veredicto. Glenn tem um histórico de 40 anos na indústria do petróleo e continuaremos para limpar o bom nome de Glenn.”

Enquanto isso, Innecco aguarda extradição da França para enfrentar as acusações nos Estados Unidos.

Gary Oztemel, irmão de Glenn, já se declarou culpado de lavagem de dinheiro em um caso relacionado.

Em um desdobramento do caso, a Freepoint aceitou pagar mais de US$ 98 milhões para resolver ações judiciais ligadas a acusações de suborno.

Petrobras (PETR4) esclarece sobre vínculo do caso com a Operação Lava Jato

A Petrobras (PETR3)(PETR4), em seu esclarecimento à CVM, destacou que as informações relatadas no ofício estão relacionadas a um desdobramento específico da 57ª fase da Operação Lava Jato, iniciada em dezembro de 2018.

A companhia ressalta que os eventos mencionados referem-se a fatos antigos que não lhe causam impactos diretos, visto que a Petrobras (PETR3)(PETR4) não compõe a ação criminal.

Esclarecimentos da Petrobras (PETR3)(PETR4)

Em resposta à CVM, a Petrobras reforçou que a condenação se relaciona a uma investigação que já está amplamente documentada desde 2014.

A empresa enfatiza que as informações divulgadas não caracterizam um fato relevante.

Colaboração com autoridades e o posicionamento da petroleira

A companhia reiterou sua disposição em colaborar com as autoridades brasileiras e internacionais em investigações que a envolvem.

Por fim, a Petrobras reafirmou sua posição como vítima nas alegações investigadas no âmbito da Operação Lava Jato e continua a implementar as medidas necessárias para proteger seus interesses.

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