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Sabesp (SBSP3): modelo de privatização discutido parece equilibrado a todas as partes, declara XP

Analistas reiteraram recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 52,00 por ação

Reservatório Cantareira - Sabesp
Reservatório Cantareira - Sabesp

A XP Investimentos reiterou sua recomendação neutra para as ações de Sabesp (SBSP3), com preço-alvo de R$ 52,00 por ação.

A revisão sucede a informação de que, na última segunda-feira, 31 de julho, o conselho do PPI (Privatização, Parcerias e Investimentos) do Governo do Estado de São Paulo aprovou os estudos do International Finance Corporation (IFC), órgão ligado ao Banco Mundial, sobre a privatização da companhia. 

O que estima o estudo do IFC?

Detalhamentos apontam que a universalização pretendida pode ser alcançada em seis anos, contra a meta anterior de dez anos.

Além disso, o CAPEX nos próximos dez anos vai aumentar para R$ 66 bilhões (de R$ 56 bilhões). Com esses adicionais, o governo pretende atender mais 10 milhões de habitantes, acelerar a despoluição do rio Tietê (projeto IntegraTietê) e instalar duas usinas dessalinizadoras no litoral do estado.

O governo pretende vender uma participação minoritária, sem tamanho definido ainda, a um parceiro estratégico. De acordo com o governo estadual, um parceiro estratégico deve beneficiar a Sabesp com sua expertise operacional.

O Estado, por sua vez, manteria uma participação na empresa. A possibilidade de o Estado deter uma golden share vai ser definida na próxima fase do processo de privatização, pontuaram analistas.

Dúvidas sobre o modelo regulatório persistem

O modelo regulatório da concessão ainda não foi divulgado. No entanto, Maíra Maldonado, analista da XP Investimentos, escreve que o principal objetivo do governo seria garantir previsibilidade para todas as partes interessadas e aprender com os erros de privatizações do passado.

Discute-se agora se a definição tarifária se daria pelo chamado modelo discricionário (assim são definidas as tarifas da Sabesp atualmente – com RAB, WACC regulatório e Opex, e revisões periódicas) ou pelo modelo “contratual” (semelhante ao modelo de concessões rodovias onde as metas de CAPEX e serviço são definidas para os concessionários e as tarifas são corrigidas).

Com o sinal verde, as negociações com os municípios devem ganhar velocidade. A governança das áreas de concessão, desembolsos e pagamentos para os municípios serão os principais temas a serem abordados, enfatizou Maldonado.

Como analisar de forma geral?

Na opinião da XP Investimentos, o passo não foi exatamente uma surpresa, mas foi importante. A casa vê a sinalização como uma notícia positiva, principalmente se considerado que o processo está em andamento para concluir a venda em meados de 2024.

No entanto, vários assuntos essenciais ainda precisam ser abordados.

Maíra Maldonado escreve que a venda de participação a um sócio estratégico vai chamar a atenção dos investidores para a nova estrutura de governança.

Outro ponto crítico refere-se ao modelo regulatório, que visa reduzir tarifas e garantir que os municípios recebam por seus direitos de concessão. Para a XP Investimentos, o desafio vai ser dialogar com os poderes legislativo e executivo paulista.

Contudo, o debate em curso parece apontar para um modelo equilibrado para todas as partes interessadas.

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