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Santander (SANB11): o que esperar do balanço do 4º tri?

Analistas da Genial Investimentos veem o ano de 2023 como uma continuação melhorada de 2022, com o agravante da absorção de perdas bilionárias com as Americanas (AMER3)

- REUTERS/Amanda Perobelli
- REUTERS/Amanda Perobelli

Depois de um ano duro onde as receitas de juros (NII) contraíram, muito por conta de uma tesouraria no negativo e despesas com provisões em forte crescimento por conta da piora no ciclo de inadimplência, analistas da Genial Investimentos veem o ano de 2023 como uma continuação melhorada de 2022 para o Santander (SANB11), com o agravante da absorção de perdas bilionárias com as Americanas (AMER3).

No momento, Eduardo Nishio e Wagner Biondo dizem não ver trigger para valorização das ações em um curto e médio prazo devido a:

(i) alto grau de custo de crédito, que continua a pressionar a geração de lucro;

(ii) tesouraria fraca, devido ao cenário de juros altos;

(iii) margem com clientes mais fraca, por conta da migração do mix para produtos mais garantidos;

(iv) despesas administrativas pressionadas pela inflação alta; e

(v) R$ 3,6 bilhões de impacto das dívidas podres de Americanas no balanço.

O que esperar do balanço do 4º tri?

Biondo e Nishio esperam que o quarto trimestre de Santander seja fraco (ROE de 12,2%), bem abaixo de alguns pares como o Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), que estimam vir com crescimento sequencial de lucro e rentabilidade em torno de 20%.

Com os desdobramentos da recuperação judicial das Americanas, com dívidas de R$ 41,0 bilhões, (crédito e fornecedores), a evolução dos lucros e rentabilidades vai depender de quando e quanto os bancos irão provisionar as potenciais perdas com a varejista em seus balanços, escreveram os analistas.

Eles acreditam que os bancos tendam a antecipar pelo menos parte desse impacto já no quarto trimestre. 

Mesmo sem a crise de Americanas, projetam uma piora sequencial (T/T) a despeito de uma melhor sazonalidade usual do período entre outubro e dezembro.

Estimam uma continuidade das tendencias observadas no terceiro trimestre, mas com um agravante de maior pressão no custo de crédito e uma tesouraria fraca pelo atual patamar da taxa juros.

Ainda, temos o impacto cheio do dissídio no 4T22 o que deve elevar as despesas e faz os analistas estimarem um lucro líquido inferior ao terceiro trimestre, de apenas R$ 2,52b (-17,1% T/T e -33,6% A/A).

Recomendações

Sem muitos gatilhos positivos para 2023 e um valuation de 1,2x P/VP (um pouco mais esticado que seus pares), a Genial Investimentos rebaixou a recomendação de manter para vender, e atualizou o preço-alvo de R$ 33,50 para R$ 27,10.

O novo target leva em consideração o modelo de Gordon Growth, utiliza um ROE de 17,4%, crescimento (g) de 8% e custo de capital (Ke) de 15,8%.

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