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Vale (VALE3): após sequência de quedas, ação deve se recuperar?

Preocupações com o crescimento da economia chinesa fizeram o papel acumular grandes quedas em janeiro

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As ações da Vale (VALE3) caem aproximadamente 9% no ano. As sucessivas quedas chamaram a atenção do mercado, que passou a olhar com desconfiança para o papel.

Após agências internacionais noticiarem que o governo chinês pode estar preparando um pacote de estímulos para a economia, o papel registrou alta de mais de 2% na última terça-feira, 23 de janeiro. 

Para Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, esse estímulo, por ser direcionado a ativos do mercado de capitais de Hong Kong, não teria um impacto direto nas ações da Vale e no preço do minério.

"Mas há um impacto indireto de que o governo chinês possa tomar outras medidas de incentivo voltadas para a economia real. Se houver algum anúncio de injeção de capital voltado para a infraestrutura, por exemplo, aí o preço do minério poderia subir, com uma maior demanda e isso seria benéfico para as ações da VALE", explica.

Petrokas ressaltou também que, além da preocupação com o crescimento da economia chinesa, o que colabora para a queda de Vale é o movimento generalizado de realização de lucros nos ativos brasileiros, além da queda do minério de ferro.

"O ano de 2024 não é de cenário claro de ser entendido para o setor de mineração e siderurgia, haja visto que o crescimento da economia real enfrenta diversos fatores de risco, principalmente inflação e tensões geopolíticas que estão se espalhando mundo afora", ressalta.

Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, pontua que o mercado está tendo dificuldade em tentar acertar uma recuperação na economia chinesa.

"Com conglomerados financeiros e imobiliários passando dificuldades para lidar com suas dívidas e um cenário lento de recuperação do setor imobiliário, é uma incógnita traçar um cenário mais preciso para o setor", afirma. 

O que esperar nos próximos meses?

Para os próximos meses de 2024, a performance da Vale vai depender muito das novidades a respeito da China, segundo Apolo Duarte, head de renda variável e sócio da AVG Capital.

"Não tem muito como fugir disso. Vai depender do que a gente tiver no desenrolar do mercado imobiliário chinês, que por enquanto está devagar. Então, quando a gente olha o preço, a Vale está muito barata, ela tem o múltiplo barato. Mas a impressão que dá é que o mercado só vai ficar otimista se de fato se a gente tiver algumas mudanças e estímulos mais fortes na China", comenta Duarte. 

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