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Carrefour: mercado recebe com otimismo aquisição do BIG, confira análises

Após o anúncio, a XP Investimentos ajustou seu preço-alvo para ação, de R$ 25 para R$ 28, e manteve recomendação Neutra

- Divulgação
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Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com – O Carrefour Brasil (SA:CRFB3) anunciou, nesta quarta-feira (24), um acordo para a aquisição do Grupo Big por R$ 7,5 bilhões. 

Após o anúncio, a XP Investimentos ajustou seu preço-alvo para ação, de R$ 25 para R$ 28, e manteve recomendação Neutra, por acreditar que a transação já está praticamente precificada e que as sinergias não devem ocorrer de imediato. A aquisição, segundo a corretora, adiciona R$ 3,9 por ação.

Para a Ativa Investimentos, a operação acrescenta R$ 2,49 por ação. A corretora informou que colocou o papel sob revisão e deve, em breve, lançar seu novo preço-alvo.

Em uma previsão com prazo diferente, o BTG Pactual espera que, assumindo o valor total das sinergias e um período de três anos, a transação implicaria adição de R$ 12 por ação. O banco tem recomendação Neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 24.

Conforme previsto pelo BTG, os papéis reagiram positivamente à notícia, fechando o pregão em forte alta de 12,87%, a R$ 21,75, após terem atingido R$ 22,40 na máxima do dia. Na direção contrária, o Ibovespa terminou as negociações em baixa de 1,06%, aos 112.064 pontos.

A XP classifica a transação como positiva, “pois ela acelera de forma relevante a expansão do Grupo Carrefour, enquanto há muita sinergia a ser capturada, principalmente através de ganhos de produtividade nas lojas e expansão do Banco Carrefour para os clientes BIG.”

A corretora destaca ainda a adição de um novo formato ao portfólio do grupo, do Sam’s Club, que deve ser capaz de contribuir para o crescimento e para a lucratividade, por ter margem superior à de outros formatos. 

As sinergias, segundo o Carrefour, devem corresponder a R$ 1,7 bilhão, sobretudo por meio de melhora na produtividade das lojas, diluição de despesas, expansão do Banco Carrefour, aceleração do crescimento do e-commerce e otimização e ganhos de eficiência em custos, despesas indiretas e logística. O grupo estima que as sinergias sejam capturadas até o fim de 2024.

Segundo a própria gestão da companhia, a operação será capaz de expandir a presença do grupo nas regiões Nordeste e Sul e ampliar sua liderança em varejo alimentar. O modelo do Sam’s Club, na visão da empresa, cria uma nova fonte de crescimento para o grupo.

A companhia afirmou ainda, em teleconferência nesta quarta-feira, que a conversão de lojas, que funcionarão sob as bandeiras Atacadão, Carrefour e Sam’s Club, deve ser concluída após 12 a 18 meses. O Capex estimado é de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões por loja para conversão em Atacadão e de R$ 5 milhões para Carrefour.

A XP aponta ainda que, com a aquisição, a alavancagem do Carrefour deve subir em torno de 0,6x Dívida Líquida/Ebitda, mas que deve permanecer controlada, abaixo de 2x.

Para além dos impactos sobre a companhia, a XP prevê também que a operação deve exercer impactos sobre o setor como um todo, aumentando a concorrência, mas não deve mudar estruturalmente o cenário competitivo. O BTG concorda, afirmando que a transação “significa também mais competição para Assaí, GPA (SA:PCAR3) e Grupo Mateus (SA:GMAT3) em diferentes mercados, com uma NewCo com vendas totais de R$ 100 bilhões e 876 lojas”.

Vale ressaltar, no entanto, que a operação ainda deve ser aprovada pelo Cade e deve ser concluída em 2022. Na análise da companhia, isso não deve ser um impedimento.

Os principais riscos apontados pelo BTG são desafios de execução no processo de integração, considerando o tamanho do Grupo BIG, possíveis restrições por parte do Cade, mudanças nas condições macroeconômicas e competição.

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