Inovação

Deputada Julia Zanatta lança abaixo-assinado contra o Drex, moeda digital do BC

Parlamentares argumentam que o Drex pode comprometer a privacidade financeira da população e Eduardo Bolsonaro apoia abaixo-assinado

A deputada federal Julia Zanatta (PL) iniciou um abaixo-assinado nesta terça-feira (11) contra o Drex, projeto do Banco Central que busca modernizar o sistema financeiro brasileiro. 

A iniciativa da parlamentar recebeu apoio do deputado Eduardo Bolsonaro (PL). 

Polêmica sobre o Drex e sua finalidade

Diferente das criptomoedas descentralizadas, o Drex é uma moeda digital lastreada no real e regulamentada pelo Banco Central. 

A tecnologia por trás do projeto, baseada na Distributed Ledger Technology (DLT), permite transações diretas entre bancos e clientes, reduzindo intermediários e custos operacionais.

LEIA MAIS: O que é o Drex e como ele funciona?

Apesar da proposta de eficiência, alguns parlamentares expressam preocupações sobre possíveis riscos à privacidade. 

“Com o Drex, cada movimento seu será rastreado, e bastará um clique para bloquearem sua conta ou sumirem com seus recursos — seja qual for a desculpa. Estamos falando de controle total sobre a sua vida financeira!”, declarou Zanatta no abaixo-assinado.

Projetos legislativos e resistência no Congresso

A deputada catarinense tem liderado esforços para barrar avanços na digitalização da moeda. 

Além do abaixo-assinado, ela propôs um projeto de lei que impede a eliminação do papel-moeda e uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que exigiria aprovação do Congresso para a implementação de uma CBDC. A PEC, no entanto, ainda precisa de mais 71 assinaturas para seguir adiante.

Disputa política em torno do Drex

A oposição ao Drex também se tornou um debate político. No X, antigo Twitter, Eduardo Bolsonaro relacionou o projeto ao governo Lula. 

“Deputada Julia Zanatta alerta para os riscos do DREX, a nova moeda digital que Lula quer criar para te dominar”, publicou o deputado, apesar do projeto ter sido iniciado ainda na gestão Jair Bolsonaro, sob comando do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Por outro lado, em entrevista à Folha de S. Paulo, Zanatta minimizou a origem do projeto: “Ideia ruim é ideia ruim, independente de quem criou”. De acordo com ela, a população precisa estar ciente dos supostos riscos da digitalização do dinheiro.

O que é o Drex e quais seus objetivos?

O Drex, anteriormente chamado de Real Digital, procura modernizar o sistema financeiro brasileiro. Assim, com previsão de lançamento para 2025, ele pretende:

  • Aumentar a eficiência do setor financeiro;
  • Reduzir custos de operações bancárias;
  • Promover inclusão financeira para a população desbancarizada;
  • Facilitar transações internacionais e fortalecer o real.

Por isso, desde 2020, o Banco Central tem conduzido estudos e testes para garantir a segurança e viabilidade da moeda digital. 

Por fim, a fase piloto, iniciada em 2023, conta com participação de bancos e fintechs para simular operações como pagamentos, empréstimos e tokenização de ativos.

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