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Destaques: Orçamento 2021 e empréstimos chineses

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados nesta terça-feira, 6 de abril

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Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – Investidores seguem com cautela o imbróglio político em torno do Orçamento no Brasil, enquanto, na China, os mercados de ações caíram após o Banco Popular da Chiva supostamente ter dito aos bancos do país para emprestarem menos.

O universo das criptomoedas vale agora US$ 2 trilhões graças a uma alta do XRP e do ethereum.

Os mercados de ações dos EUA devem se consolidar depois das altas de segunda-feira. O Credit Suisse (SEIS:CSGN) demite gerentes seniores após os desastres de Greensill e Archegos, e os preços do petróleo se recuperam após um aumento surpreendentemente grande na produção anunciado pela Opep e seus aliados.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados nesta terça-feira, 6 de abril.

1. De olho no Orçamento

No Brasil, os investidores acompanham as discussões em torno do Orçamento, aprovado na semana retrasada com uma reestimativa de R$ 26,5 bilhões para baixo das despesas obrigatórias do governo e uma elevação dos recursos direcionados a emendas parlamentares.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (5) que um entendimento em torno da questão deve atender a requisitos políticos, mas também jurídicos, de forma a evitar abrir um flanco para o governo Jair Bolsonaro nas eleições do ano que vem.

"O que é politicamente mais conveniente pode ser juridicamente inconveniente, e vice-versa", disse Guedes em videoconferência promovida pela XP Investimentos.

Ele disse acreditar que uma solução para a lei orçamentária será definida "bem antes" da data limite para sanção ou veto do texto pelo presidente da República, em 22 de abril, e ressaltou a "boa vontade" de todos os envolvidos no processo.

O Tesouro afirmou que o projeto cria o risco de "paralisação das atividades essenciais do Estado".

Perto das 09h15, o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no exterior, subia 0,21%. A alta destoava dos contratos futuros dos principais índices de Wall Street, após as fortes altas da véspera. Dow Jones Futuros caindo 0,12%, S&P 500 Futuros perdendo 0,11% e Nasdaq Futuros cedendo 0,24%.

2. China controla empréstimos bancários

O Banco Popular da China teria pedido aos maiores bancos comerciais do país que controlassem os empréstimos após um aumento no crédito nos primeiros dois meses do ano, de acordo com fontes da Bloomberg.

A notícia empurrou todos os grandes índices acionários chineses para baixo em um dia em que a maior parte do resto do mundo seguia Wall Street em alta. O Shanghai Shenzhen CSI 300 caiu 0,4% e o índice de ações de crescimento Chinext caiu 0,7%.

De acordo com a Bloomberg, o Banco Popular da China deseja que os novos volumes de empréstimos sejam praticamente os mesmos do ano passado. Isso implicaria uma desaceleração do crescimento do crédito para cerca de 11%, ainda um aumento considerável para um país onde a dívida pública e privada atingiu 280% do PIB no ano passado.

3. Criptomoedas atingem US$ 2 trilhões

O valor de mercado do universo das criptomoedas atingiu US$ 2 trilhões pela primeira vez, ajudado por um aumento de 35% no XRP para o maior patamar em mais de três anos.

O Ether, cujo blockchain Ethereum é central para uma crescente rede de iniciativas e aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi), também subiu mais de 3%, para o maior nível de todos os tempos.

Analistas do JPMorgan observaram que os fluxos para fundos de Bitcoin diminuíram para cerca de US$ 50 milhões por semana, de um pico 10 vezes maior no final do ano passado .

Ao mesmo tempo, os bancos centrais também estão promovendo as próprias moedas digitais: a China começou a testar transações internacionais usando a própria versão digital do iuan no fim de semana, a primeira movimentação de um grande banco central mundial.

Às 09h15, o bitcoin era negociado em alta de 1,54% a US$  58.603,8, enquanto o ethereum tinha alta de 2,83% a US$ 2.120,26 e o XRP saltava 45,30% a US$ 1,025.

4. Cabeças rolam no Credit Suisse

O Credit Suisse (NYSE:CS) (SA:C1SU34) fez uma limpa na alta administração do banco após dois fiascos que custaram bilhões de dólares no mês passado. A instituição também suspendeu seu programa de recompra de ações e cortou seus dividendos em dois terços.

O banco suíço disse que o chefe do banco de investimentos, Brian Chin, e a diretora de risco e conformidade, Lara Turner, deixarão seus respectivos cargos, junto com vários outros executivos em níveis inferiores.

O Credit Suisse disse que espera perder US$ 4,7 bilhões com a exposição à Archegos Capital Management, o escritório familiar do ex-administrador de fundos de hedge Bill Hwang. O banco suíço também enfrenta perdas relatadas em cerca de US$ 1 bilhão devido à exposição ao Greensill Bank.

5. Recuperação do petróleo

Os preços do petróleo bruto ampliaram os ganhos com as expectativas de que as economias dos EUA e da China continuarão a impulsionar uma recuperação na demanda global.

Os preços caíram mais de 4% à medida que o mercado absorveu a notícia de um aumento inesperadamente acentuado na oferta da OPEP e seus aliados nos próximos três meses.

Às 09h15, horário de Brasília, os futuros do WTI subiam 1,65% a US$ 59,62 o barril, enquanto os futuros do Brent avançavam 1,51%, a US$ 63,09 o barril.

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