Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – As ações globais operam mistas, com o EWZ, o principal ETF brasileiro, próximo da estabilidade no pré-mercado americano. Os índices americanos recuam das máximas com a guinada dos rendimentos dos títulos públicos, enquanto o AirBnB e a DoorDash reportam resultados. Os pedidos de seguro-desemprego dos EUA ficam no radar, assim como os de bens duráveis.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 25 de fevereiro.
1. Powell reinicia o rali de risco
A recuperação do risco global foi retomada durante a noite, depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, manteve-se firme, repetindo no Congresso americano que não haverá endurecimento da política monetária em um futuro próximo.
O índice DXY, que acompanha o dólar contra meia dúzia de moedas de economias avançadas, caiu 0,5% para uma mínima de sete semanas. O real brasileiro caía moderadamente contra a moeda americana, de olho nas conversas no Congresso para o auxílio emergencial e os cortes de gastos no Orçamento, com a moeda americana negociada em alta de 0,44% a R$ 5,4309.
Isso apoiou os preços do petróleo e dos metais básicos, com os futuros do cobre subindo novamente para uma nova máxima de 9,5 anos, de US$ 4,34 a libra. A tendência também foi confirmada pela Anglo American (LON:AAL), uma das maiores mineradoras do mundo, relatando lucros inesperados no quarto trimestre.
2. Pedidos de seguro-desemprego e PIB
A avaliação cautelosa de Powell sobre as perspectivas econômicas será verificada com os dados semanais de pedidos de seguro-desemprego, às 10h30. Eles serão de interesse mais imediato do que a revisão dos números do produto interno bruto do quarto trimestre, que saem no mesmo horário, junto com os pedidos de bens duráveis para janeiro.
A pesquisa mensal de negócios do Fed de Kansas City segue no final do dia.
Os pedidos de seguro-desemprego têm permanecido teimosamente altos até agora este ano e devem cair apenas marginalmente para 838.000. O crescimento do PIB deverá ser revisado um pouco mais para 4,2%, de uma estimativa inicial de 4,0%.
3. Ações de tecnologia dos EUA sob pressão novamente com a venda dos títulos
Os mercados de ações dos EUA devem abrir novamente de forma mista, à medida que a liquidação de títulos for retomada, pesando sobre as apostas de "longa duração" no setor de tecnologia.
O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos subiu para uma nova máxima de um ano de 1,45% durante a noite, arrastando sua contraparte japonesa até o maior patamar em mais de dois anos, e o alemão até o maior desde maio.
Às 9h30, os futuros do Dow Jones subiram 20 pontos, essencialmente inalterados em relação ao final da quarta-feira, enquanto os futuros do S&P 500 caíram 0,2% e os futuros do Nasdaq novamente tiveram um desempenho claramente inferior, com uma queda de 0,77%.
O desempenho dos futuros dos principais índices de Wall Street refletia na baixa do EWZ na pré-abertura em Nova York, com baixa de 0,23%.
4. AirBnB, Doordash reportam resultados; por aqui, Vale (SA:VALE3) e BRF (SA:BRFS3)
Outro dia agitado para os balanços, especialmente na Europa, onde nem todos conseguiram igualar os números estelares da Anglo American.
A Ab Inbev (NYSE:BUD) (SA:ABUD34), a maior cervejaria do mundo e controladora da Ambev (SA:ABEV3), caiu mais de 5% na Europa depois de alertar sobre custos de insumos mais altos e pressão de margem neste ano. A controlada brasileira reporta nesta quinta, antes da abertura do mercado.
Já a farmacêutica e química alemã Bayer (DE:BAYGN) também caiu drasticamente após reportar vendas mais fracas do que o esperado em China e cortando seus dividendos.
AirBnb (NASDAQ:ABNB) (SA:AIRB34) e DoorDash (NYSE:DASH) estarão sob os holofotes após o fechamento americano, conforme relatam seus primeiros números trimestrais como empresas públicas.
Salesforce.com (NYSE:CRM) (SA:SSFO34), Autodesk (NASDAQ:ADSK) (SA:A1UT34), Workday (NASDAQ:WDAY) (SA:W1DA34), Monster Beverage (NASDAQ:MNST) (SA:M1NS34) e HP (NYSE:HPQ) (SA:HPQB34) reportam após o fechamento nos EUA, enquanto por aqui será a vez de BRF (SA:BRFS3), Fleury (SA:FLRY3), Localiza (SA:RENT3), Marcopolo (SA:POMO4), Minerva (SA:BEEF3), Vale e Sequoia.
Os ADRs da Petrobras (SA:PETR4) tinham uma forte alta de 4,36% na pré-abertura em Nova York, influenciada pelos resultados robustos do quarto trimestre ontem divulgados a noite após o fechamento do mercado.
A petroleita teve lucro líquido recorde de R$ 59,9 bilhões no quarto trimestre do ano passado, ante R$ 8,15 bilhões no mesmo período de 2019, principalmente devido a uma reversão de baixa contábil bilionária relacionada aos preços do petróleo. Contribui para o desempenho excepcional o anúncio da distribuição de R$ 10,3 bilhões em dividendos.
5. Petróleo em alta antes da reunião da Opep
Os preços do petróleo bruto atingiram o nível mais alto desde o início de janeiro de 2020, antes do início da pandemia, montando na onda de nova fraqueza do dólar. No entanto, os preços se refizeram mais tarde, em meio à crescente cautela de que a recente alta nos preços levará a Opep e a Rússia a abrir as torneiras novamente quando se reunirem na próxima semana, no dia 4 de março.
Às 09:34, o contrato futuro do petróleo WTI, negociado em Nova York, tinha alta de 0,4% a US$ 63,47 o barril, enquanto o contrato futuro do Brent, referência mundial negociado em Londres, subia 0,47% a US$ 66.49 o barril.