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ARTIGO - O papel da Bolsa de Valores na economia

Neste artigo, Gilvan Bueno, sócio e gerente educacional da Órama, destaca a importância da B3 no sistema econômico

- Foto: Tima Miroshnichenko/ Pexels
- Foto: Tima Miroshnichenko/ Pexels

Por Gilvan Bueno*

A Bolsa de Valores vai muito além da negociação de produtos financeiros, atuando como um barômetro que mede o estado econômico do país e promovendo um ecossistema ideal para o crescimento econômico.

Em 2021, o mercado de capitais brasileiro realizou um recorde de captação, movimentando um montante de R$ 596 bilhões através de IPOs, ofertas follow-on e títulos de renda fixa, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A B3 contou com o maior número de IPOs (Oferta Pública Inicial) da história, com mais de 40 empresas iniciando suas negociações na Bolsa. A chegada dessas novas empresas representou forte alta no valor captado por essas operações, que totalizou R$ 128,1 bilhões no ano. O valor de mercado das companhias abertas brasileiras representa atualmente 41% do Produto Interno Bruto do país (PIB).

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola S.A (BODIVA), fundada em 2014, fixou-se com um volume de negociação de KZ 1890,56 mil milhões, referente ao mês de setembro de 2023, representando um crescimento mensal de 21,30%, bem como uma variação positiva de 898,38, comparado ao período homólogo, conforme consta na Performance do Mercado de Capitais referente ao mês de setembro do ano passado, divulgado pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC) daquele país.

Quanto ao update de negociação referente ao mês de dezembro de 2023, divulgado pela própria BODIVA, apresenta um montante total negociado de KZ 665,95 mil milhões.

Estes números mostram que o mercado de capitais desempenha um papel crucial para as economias. Em diversas economias, ele é a grande fonte de recursos permanentes, pois consegue conectar os principais agentes econômicos com capacidade de poupar, ou seja, os investidores, com aqueles carentes de recursos de longo prazo, os tomadores de recursos, gerando, assim, crescimento das empresas e novos postos de trabalho. 

No contexto atual, esse cenário também contribui até mesmo para o ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança). Foi o caso da Malásia, que em 1997 estabeleceu um plano para desenvolvimento do mercado de capitais.

As principais mudanças foram aprimorar as regras de governança para reduzir a burocracia e aumentar a transparência para os investidores estrangeiros. Atualmente, é um importante mercado de títulos corporativos do leste asiático, pois tem um rápido processo de aprovação e emissão da dívida.

A Austrália também realizou uma agenda de desenvolvimento do mercado de capitais através da reforma do sistema financeiro, tendo como âmago a liberação do câmbio e a desregulamentação.

Essas mudanças levaram a Austrália a acumular mais de 25 anos de crescimento econômico contínuo, realçando que os cinco grandes objetivos que orientam o desenvolvimento do mercado de capitais devem ser: fomentar as fontes privadas de financiamento a longo prazo; expandir o volume das emissões com mais ofertas e mais emissores; ampliar a base dos investidores que acessam o mercado; aumentar a liquidez facilitando a negociação dos ativos para investidores e empresas; estimular a formação da poupança.

Concluindo: a bolsa de valores tem um lugar privilegiado em diversos países, trazendo inúmeros benefícios e impactando positivamente a economia. É o caso do Brasil, dos países cujas economias dependem do setor petrolífero, por exemplo, ou daqueles que procuram a diversificação econômica, como a Angola.

* O autor, Gilvan Bueno, é sócio e gerente educacional da Órama 
 

*O coautor é Mário Fula, assistente de pesquisa.

 

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