Commodities

Petróleo recua com peso do aumento de casos de Covid sobre as perspectivas

Na semana passada, a EIA detalhou que os estoques de petróleo dos EUA caíram em pouco menos de 7 milhões de barris

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Por Peter Nurse, do Investing.com — Os preços do petróleo apresentavam baixa na segunda-feira, já que os receios de que o aumento de casos de Covid-19 irá desacelerar a recuperação global pesavam mais do que a hipótese de restrições ao mercado, consequência dos debates infrutíferos dos principais produtores mundiais sobre os níveis de produção.

Por volta das 13h53 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York, eram negociados com baixa de 0,72%, a US$ 74,02 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam baixa de 0,75% a US$ 74,98.

Os futuros da gasolina RBOB dos EUA recuavam 0,37%, a US$ 2,2835 por galão.

A propagação das variantes do coronavírus e o acesso desigual às vacinas ameaçam a recuperação econômica global, alertaram os chefes de finanças das economias do G-20 no sábado. Isto ocorre na sequência do crescimento do número de casos de Covid-19, principalmente no Sudeste Asiático, mas também no Ocidente.

Os EUA registaram o maior número de casos durante o fim de semana desde maio, sendo que o número de pessoas contaminadas pelo vírus, especialmente a variante delta, altamente transmissível, subiu em mais de metade dos estados durante as últimas duas semanas. 

"Depois de um mês de maio intenso e de um grande mês de junho, começo a ter a sensação de que vamos ver a demanda por gasolina relaxar um pouco mais, acho que vimos o nosso pico (4 de julho), e é improvável que o ultrapassemos", tuitou Patrick de Haan, analista da GasBuddy.

Dito isto, os preços ainda não estão muito distantes das altas alcançadas em outubro de 2018, ajudadas pela restrição global do fornecimento de petróleo.

Na semana passada, a Energy Information Administration, entidade americana, detalhou que os estoques de petróleo do país caíram em pouco menos de 7 milhões de barris ao longo daquela semana, enquanto ainda há muita incerteza sobre os planos de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, grupo conhecido como Opep+, para agosto e além. 

"Parece que os EAU e a Arábia Saudita ainda lutam para chegar a um acordo. Portanto, é provável que os preços permaneçam voláteis até que tenhamos alguma clareza em torno desta questão", afirmaram os analistas do ING em um relatório.

Os últimos dados de posicionamento, divulgados na sexta-feira, mostraram que os especuladores reduziram suas posições líquidas de compra no Brent em 4.796 lotes durante a última semana do relatório, enquanto o contrato WTI viu consideravelmente mais liquidações durante a semana, com os especuladores reduzindo suas posições líquidas de compra em mais de 33.000 lotes.

"A maior parte desta redução foi impulsionada pela liquidação de longs, em vez de novos shorts. Parece que, dada a incerteza sobre a Opep+, os especuladores decidiram remover um pouco de risco da mesa", acrescentou o ING.

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