Alta do petróleo

Petróleo se recupera em meio à ameaça de reação dos consumidores

Possível liberação da China de algumas reservas aos EUA na luta contra os cortes de produção da Opep impediu o mercado de retomar máximas

- Zbynek Burival via Unsplash
- Zbynek Burival via Unsplash

Por Barani Krishnan, da Investing.com – Os preços do petróleo se recuperam das mínimas de seis semanas nesta quinta-feira (18), com investidores do mercado readquirindo contratos sobrevendidos da sessão anterior.

Porém, a opinião de que a China preparava a liberação de algumas de suas reservas de petróleo em aparente colaboração com os Estados Unidos na luta contra os cortes de produção da Opep impediu o mercado de retomar de imediato as recentes máximas.

West Texas Intermediate, referência do petróleo dos EUA, fechou em alta de US$ 0,65, ou 0,8%, a US$ 79,01 o barril.

Brent, negociado em Londres e referência global para petróleo, subiu US$ 96, ou 1,2%, a US$ 81,24.

Ambos WTI e Brent recuaram cerca de 3% na quarta-feira com os rumores de que o governo Biden havia pressionado a China e outros países consumidores de petróleo a se juntarem a Washington na venda coordenada de petróleo bruto de suas reservas, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo rejeitou seguidamente os apelos por mais oferta.

Os preços do petróleo acumulam 60% no ano, com a Opep, liderada pelos sauditas, e 10 outros países produtores de petróleo comandados pela Rússia, suprimindo do mercado cerca de 5 milhões de barris de abastecimento regular como parte dos cortes de produção realizados no auge da pandemia.

Notícias sobre a pressão do governo Biden para ações globais coordenadas nas vendas de reservas de petróleo coincidiram na quarta-feira com dados da Administração de Informação de Energia divulgando a queda de 3,2 milhões de barris da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA.

Embora os eventos não estivessem conectados, os mercados de petróleo sofreram pressões indevidas, com a consequência de que as nações consumidoras não continuariam comprando petróleo da Opep a preços atuais sem revidar.

A Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas da China confirmou na quarta-feira que está trabalhando na liberação de petróleo bruto de suas reservas, embora não tenha se manifestado sobre a iniciativa dos EUA. De outro lado, o presidente Joe Biden renovou seus apelos aos reguladores para reprimir o conchavo “ilegal” por trás dos preços nos postos dos EUA, com revendas também nas máximas de sete anos.

Sem a análise de acompanhamento da China na quinta-feira sobre a venda de suas reservas, os preços do petróleo voltaram a subir em relação às quedas do dia anterior.

“As pessoas perceberam que as coisas estavam um pouco exageradas e era hora de uma correção ascendente”, afirmou John Kilduff, sócio-fundador do hedge de energia de Nova York, Again Capital. “Porém, existe o medo agora de que consumidores possam se unir para protestar contra a Opep, e isso poderia impedir o mercado de repetir as máximas do ano".

Na semana passada, o WTI caiu 2,6%, após uma queda de 4% nas três semanas anteriores. Para o ano, porém, o benchmark dos EUA permanece com valorização de 62%, após atingir altas de sete anos, acima de US$ 85, em meados de outubro.

O Brent caiu 1% na semana até o momento, depois de perder também 4% nas três semanas anteriores. O benchmark global permanece com alta de 56% no ano, após acumular máximas de três anos, acima de US$ 86, no mês passado.

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