Mercado de petróleo

Petróleo sobe mesmo com danos do furacão Ida menores que o pior cenário possível

Por volta das 12h55 (horário de Brasília), os futuros do WTI apresentavam alta de 0,3%, a US$ 68,95 por barril

- Divulgação/Petrobras
- Divulgação/Petrobras

Por Geoffrey Smith, da Investing.com — Os preços do petróleo caíram na manhã de segunda-feira, antes de passarem a subir, depois de uma leve redução dos receios quanto aos rumores dos danos causados pelo furacão Ida no Golfo do México.

A CNBC relatou no domingo que um sobrevoo da Guarda Costeira havia estabelecido que duas plataformas operadas pela Royal Dutch Shell (NYSE:RDSa) (SA:RDSA34) ainda estavam devidamente ancoradas, refutando rumores anteriores de que elas tinham ficado à deriva no fim de semana. Isso indica que a produção deve ser retomada com certa rapidez assim que a tempestade tiver passado.

Por volta das 12h55 (horário de Brasília), os futuros do WTI apresentavam alta de 0,3%, a US$ 68,95 por barril. Os futuros do Brent, referência global de preço, registavam avanço de 0,45%, a US$ 72,02. Ambos os contratos subiram mais de 10% na semana passada, quando a tempestade se aproximava dos complexos de refino em torno da Louisiana.

Outro alívio veio do fato de que o fechamento das refinarias do Golfo do México não foi tão disseminado quanto parecia necessário antes do fim de semana. Os analistas estimam que quase 2 milhões de barris por dia de capacidade de refino foram retirados do mercado. As interrupções na rede elétrica da Louisiana também podem atrasar o retorno às operações em algumas dessas unidades. Mas as maiores refinarias do Texas parecem ter escapado ilesas.

Assim, os futuros da gasolina RBOB dos EUA estavam a US$ 2,1565 por galão, um aumento de 1,7%, embora ainda com queda em relação ao pico da semana passada, atingido quando a tempestade se aproximava.

Paralelamente, também diminuíram nesta semana os temores de que a propagação da Covid-19 nos EUA e em outros países viesse a representar uma tentação para os principais exportadores não avançarem com o aumento planejado de produção. A Reuters noticiou que fontes não identificadas da Opep afirmaram que a organização provavelmente vai seguir seu plano de adicionar mais 400.000 barris de fornecimento por mês, até que todo o corte de produção de emergência do ano passado seja revertido.

O Kuwait, um dos países-membro da Opep, levantou dúvidas sobre a adesão ao plano durante uma entrevista no fim de semana, citando o impacto da última onda de Covid nas economias da Ásia, bem como os relatos dos EUA sobre interrupções de produção na Líbia, outro membro da Opep, onde a Companhia Nacional de Petróleo está envolvida em um disputa com o governo, que conta com o apoio da ONU, o que não trouxe nenhum apoio significativo.

No entanto, a ameaça da Covid-19 sobre a demanda global se recusa a desaparecer. A União Europeia provavelmente irá impor uma nova proibição para viagens não essencial a partir dos EUA, em resposta ao aumento de infeções no país.

De qualquer modo, a demanda por combustível provavelmente deve se enfraquecer ao longo das próximas duas semanas, alinhada com padrões sazonais habituais em função do fim da temporada de turismo de verão o hemisfério norte.

Os participantes do mercado financeiro já posicionaram suas apostas no petróleo nas últimas semanas, depois que a presença da variante delta da Covid-19 começou a se fazer sentir. No acumulado da semana até terça-feira, os investidores reduziram suas posições longas líquidas em futuros do WTI para o seu nível o mais baixo desde 2019, de acordo com dados divulgados na sexta-feira pela Commodity Futures Trading Commission.

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