Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O Morgan Stanley Research vê os preços da celulose chegando ao mínimo em setembro e se recuperando no quarto trimestre, quando a demanda sazonal normalmente impulsiona a precificação por parte dos produtores.
O relatório alerta também que um aumento nos casos de Covid-19 no mundo poderia pesar sobre os preços. Por outro lado, uma recuperação econômica global mais acelerada do que a esperada ou um atraso no fornecimento de celulose poderia fazer com que os preços ficassem acima do projetado.
A queda nos pedidos da China fez com que o preço da celulose de fibra curta (BHKP) caísse 18%, a US$ 639 por tonelada, comparado com a máxima de maio, quando chegou a US$ 780/t. O relatório do Morgan Stanley (NYSE:MS) destaca que esse teto no valor veio abaixo do que eles projetaram para julho, quando esperavam por US$ 850 por tonelada. Sobre a celulose de fibra longa (NBSK), a queda nos preços foi para US$ 848/t, contra US$ 985/t em maio, uma variação negativa de 14%.
Diante disso, o Morgan Stanley Research atualizou seus preços de celulose de 2021 a 2024, com o preço líquido da BEKP da China previsto em US$ 691/t (-8%) em 2021, US$ 673/t (+9%) em 2022, US$ 537/t (inalterado) em 2023 e US$ 518/t em 2024. Já para NBSK, as novas projeções são US$ 858/t (-4%) em 2021, US$ 798/t (+9) em 2022, US$ 655/t (+1%) em 2023 e US$ 648/t em 2024.
Empresas do setor
A recomendação sobre as ações da Suzano (SA:SUZB3) passaram para overweight, com preço-alvo de R$ 70 por ação. Isso porque o Morgan Stanley observa um perfil mais atraente do risco-recompensa na empresa, com um fluxo de caixa sólido para os próximos anos. Um possível miniciclo de preços de celulose do Cerrado junto com o real mais fraco também possibilitaria que a Suzano mantivesse a sua alavancagem próxima aos 2,4x na média dos próximos anos, contra 3,3x no segundo trimestre de 2021.
Klabin (SA:KLBN11), CMPC (SN:CMPC) e Copec (SN:COPEC) seguem com performances overweight, com uma valorização atrativa, na perspectiva do relatório, e com os preços das ações negociados abaixo das suas respectivas médias históricas.