Investimentos

Renda fixa: conheça os títulos que são isentos do imposto de renda

Investidores podem ficar longe da tributação e ter bons retornos com opções como LCI, LCA, CRI e CRA em um cenário de juros elevados

Renda Fixa - Dinheiro - Real
Pixabay

O cenário de juros altos pode trazer dor de cabeça para diversos segmentos do mercado financeiro, mas é sempre atrativo para investimentos da renda fixa, principalmente se o momento indicar aversão ao risco fiscal.

Aqui no Brasil, as projeções do mercado apontam que a Selic, taxa básica de juros, deve atingir o patamar de 15% ao ano em 2025.

Esse contexto coloca em evidência os títulos de renda fixa isentos de Imposto de Renda (IR), que despontam como uma excelente oportunidade para aumentar rendimentos líquidos, já que oferecem benefícios fiscais significativos para setores específicos da economia como o agronegócio e o mercado imobiliário. 

Em contrapartida, os investidores potencializam seus ganhos sem a preocupação com a tributação.

LCI e LCA

Entre os principais títulos de renda fixa isentos de IR, destacam-se as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)

Ambos são emitidos por instituições financeiras e têm como objetivo financiar, respectivamente, o setor imobiliário e o agronegócio, que são essenciais para o desenvolvimento econômico do Brasil. 

As LCIs e LCAs oferecem aos investidores a oportunidade de investir em um setor estratégico, ao mesmo tempo em que desfrutam da isenção fiscal.

Qual retorno vou ter ao investir nos LCIs e LCAs?

O retorno das LCIs e LCAs depende do indexador (CDI, prefixado ou IPCA), do prazo e do emissor.

  • Pós-fixados: Geralmente entre 85% e 105% do CDI.
  • Prefixados: Taxas fixas entre 6% e 10% ao ano.
  • Atrelados à inflação: Retorno típico de IPCA + 3% a 6% ao ano.

Fatores como prazo, emissor e cenário econômico influenciam as taxas. 

Cabe destacar que bancos menores tendem a oferecer retornos mais atrativos, e a isenção de IR aumenta a competitividade frente a outros investimentos.

CRI

Outro título popular no mercado são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), que são emitidos por empresas ou securitizadoras para financiar projetos imobiliários. 

A princípio, esses títulos também garantem a isenção de IR e são uma opção interessante para quem busca diversificar sua carteira de investimentos com foco no setor imobiliário.

E o retorno?

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) oferecem retornos variados:

  • Pós-fixados: De 90% a 110% do CDI.
  • Prefixados: Entre 7% e 11% ao ano.
  • Atrelados à inflação: IPCA + 5% a 8% ao ano.

No entanto, é importante considerar que esses títulos apresentam maior risco, pois não possuem garantia do FGC.

CRA

Em uma linha semelhante, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) proporcionam aos investidores a oportunidade de direcionar recursos ao agronegócio, com a vantagem de não pagar imposto sobre os rendimentos. 

Esses títulos são ideais para quem deseja apostar no crescimento do setor agropecuário.

Inicialmente, os retornos variam conforme o indexador: entre 95% e 115% do CDI (pós-fixados), 8% a 12% ao ano (prefixados) e IPCA + 4% a 7% ao ano (atrelados à inflação). 

As vantagens dos CRAs incluem alta rentabilidade, diversificação e isenção fiscal, enquanto os riscos envolvem crédito, liquidez limitada e a ausência de proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). 

Debêntures Incentivadas, FIIs e Fiagros

Além disso, as Debêntures Incentivadas, que financiam projetos de infraestrutura, também são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas. 

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e os Fundos de Investimento em Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros), que, apesar de estarem na categoria de renda variável, também distribuem dividendos isentos de IR para pessoas físicas, desde que atendam a requisitos específicos estabelecidos pela legislação.

Vale a pena investir em renda fixa?

Analistas financeiros recomendam investimentos em renda fixa para 2025, destacando sua atratividade no atual cenário econômico brasileiro. 

A XP Investimentos sugere que títulos públicos, como os atrelados ao IPCA, apresentam juros reais elevados, tornando-se opções interessantes para diversificação de carteira. 

Além disso, o crédito privado tem aumentado gradualmente o prêmio em relação ao Tesouro Direto, ampliando as oportunidades no mercado de renda fixa. 

Já o BTG Pactual recomenda maior exposição a títulos pós-fixados, que oferecem taxas de juros reais atrativas no curto prazo.

Contudo, os especialistas alertam para a necessidade de cautela ao investir em ativos de crédito privado, uma vez que, com a Selic alta, o endividamento das empresas aumenta, podendo afetar sua capacidade de pagamento.

Sair da versão mobile