O agronegócio continua forte no Brasil. Mesmo em 2020, quando a economia sofreu o maior baque pela pandemia da Covid-19, o setor conseguiu crescer 15%, nas lavouras, e 5%, na pecuária, em relação a 2019. Para 2021, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) projetado é de R$ 1 trilhão.
Hoje, os produtos que lideram o VBP são soja, milho, cana-de-açúcar e algodão, e a região MATOPIBA (que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) ganha cada vez mais espaço entre os líderes de produção do país. Conforme aponta o levantamento do MAPA, essa área obtém 43,4% do seu faturamento nas lavouras com o cultivo da soja. Entre os estados, o Maranhão se destaca: em 2020, o estado colheu 3,1 milhões de toneladas do grão, 6% a mais do que 2019, um recorde para a região.
Na nossa série de retratos da MATOPIBA, conheça neste primeiro texto um pouco sobre o desenvolvimento e as oportunidades que a economia e o mercado imobiliário do Maranhão oferecem.
Região se beneficia de bom momento do agro e recebe obras estruturantes
A safra recorde de soja tem puxado o desenvolvimento econômico do Maranhão nos últimos anos. Em 2020, o estado precisou, inclusive, realizar obras de infraestrutura para dar suporte ao escoamento dos grãos devido ao aumento nas exportações. Atualmente, 90% da colheita é enviada para a China que, só em 2020, aumentou em 23% a compra dos produtores maranhenses.
Para dar vazão ao transporte das commodities, o Porto de Itaqui, em São Luís, ganhou um novo terminal em setembro, com o objetivo de acelerar o carregamento dos navios cargueiros e diminuir as filas. Conhecido como “Novo Tegram”, a obra teve investimentos de R$ 260 milhões e dará ao porto a possibilidade de embarcar até 20 milhões de toneladas de grãos por ano, o que corresponde a 10% de toda a produção do país.
Outras importantes obras na região, além do Porto, são: a recuperação e duplicação da BR-135, única via terrestre para entrada e saída da capital do Maranhão, facilitando o escoamento de produtos; a pavimentação da BR-235, que sai de Novo Progresso (PA) e corta a região da MATOPIBA, em direção ao Oceano Atlântico, em Aracaju (SE).
Em publicação no site oficial do Governo Federal, em outubro do ano passado, o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comentou os benefícios para a região: “Já temos o projeto de engenharia para a pavimentação da BR-235. Se pavimentarmos a 235 no Maranhão, vamos ter uma porta de acesso muito rápida até a Ferrovia Norte-Sul. E temos que investir nessa região de MATOPIBA que é a região que mais vai crescer no Brasil. É a fronteira agrícola que temos”, disse.
Desenvolvimento aquece mercado imobiliário
O desenvolvimento econômico maranhense reflete também no mercado imobiliário da região. O Estado foi um dos primeiros a se recuperar depois da queda abrupta da economia entre março e abril do ano passado. Em julho de 2020, por exemplo, os Cartórios de Notas do Brasil apuraram um aumento de 84% nos negócios de compra e venda de imóveis no Estado, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Para o acumulado de 2020, a expectativa do CRECI-MA (Conselho Regional de Corretores de Móveis do Maranhão) é que os negócios tenham superado a crise com um tímido, porém importante crescimento na ordem de 1,5% nas vendas de imóveis.
Um levantamento feito pela Fundação João Pinheiro (FJP) mostrou que, em 2019, o déficit habitacional no Maranhão era o segundo maior do País em relação ao número total de domicílios: 15,25%, estando atrás apenas do Amapá (17,8%). Agora, com o pujante crescimento econômico do estado, é natural que a demanda por habitação na região cresça ainda mais.
Procura fundos de investimento imobiliário (FIIs) que apliquem em regiões de acelerado crescimento no Brasil? Conheça a TG Core!