Ações

Vale cai com realização de lucros após resultado forte; confira análises

A ação da Vale (SA:VALE3) fechou o pregão desta quinta-feira em baixa de 1,5%, a R$ 115,57

- Divulgação
- Divulgação

Por Ana Julia Mezzadri, do Investing.com – A ação da Vale (SA:VALE3) fechou o pregão desta quinta-feira em baixa de 1,5%, a R$ 115,57, em movimento de realização de lucros após divulgar um balanço forte para o segundo trimestre na noite de quarta.

O Ibovespa terminou o dia em queda de 0,48%, aos 125.675 pontos.

Após a divulgação, a ação da Vale recebeu recomendações de Compra de XP Investimentos, Mirae Asset, Ativa Investimentos e BTG Pactual e recomendação Neutra do Banco Inter, com preço-alvo médio de R$ 127.

Para a Mirae, os números foram excelentes, mesmo que um pouco mais fracos do que o esperado. A Ativa, por sua vez, menciona que os resultados superaram suas estimativas. Na visão da XP, os fortes resultados já estavam precificados nas ações após a divulgação do relatório de produção da companhia.

A mineradora registrou lucro líquido de US$ 7,586 bilhões no segundo trimestre, contra US$ 995 milhões no mesmo período do ano passado. O lucro também cresceu na comparação trimestral, contra US$ 5,546 nos três meses anteriores. O resultado ficou próximo da estimativa de analistas consultados pela Refinitiv, de US$ 7,67 bilhões.

O Ebitda ajustado ficou em US$ 11,038 bilhões, ante US$ 3,371 bilhões um ano antes, 3,5% abaixo da projeção da XP, 4% inferior à expectativa do Inter e 7% menor do que as expectativas do BTG (SA:BPAC11).

A receita das vendas somou US$ 16,675 bilhões, mais do que o dobro do registrado no mesmo período de 2020, de US$ 7,518. O número ficou em linha com a expectativa do Inter. O volume de produção de 75,7 milhões de toneladas de minério de ferro, por sua vez, representou alta de 12% trimestre a trimestre.

O crescimento do lucro foi impulsionado, segundo a companhia, pela forte alta do minério de ferro e pela aceleração da demanda da China. Estes efeitos positivos, porém, foram parcialmente compensados por encargos do impairment de ativos do negócio de carvão e provisão adicional relacionada à Fundação Renova.

A Elite Investimentos menciona também eventos não recorrentes que contribuíram para o aumento dos custos, como o acidente em Ponta da Madeira, além dos maiores custos de manutenção e de serviços, com mais intervenções programadas nas plantas e ferrovias.

Apesar da alta nos custos, o BTG vê “pouco mérito em discutir reveses menores (e na maioria dos casos) transitórios em meio a um trimestre recorde”.

Na ponta oposta, a Ativa menciona ainda o fortalecimento da demanda de países europeus em recuperação econômica, que cresceu 34% na comparação trimestral, como fator que ajudou os resultados.

Os pontos que podem favorecer a Vale daqui para frente, na análise da XP, são mudanças estruturais no setor de siderurgia na China em favor de prêmios de qualidade; tendência de queda nos custos de longo prazo com a retomada das operações; e dividendos elevados. O Inter também cita os altos dividendos como fator que contribui para o otimismo.

A Elite também é otimista: “Seguimos confiantes com a continuidade da performance positiva das ações da Vale, seja em nossa carteira de valor, seja na robustez do retorno ao acionista, no pagamento de dividendos.”

A corretora completa que a celebração do acordo entre a Vale e o governo de Minas Gerais clareia o horizonte da empresa, e que a manutenção do real desvalorizado e da demanda da siderurgia chinesa deve permitir bons resultados nos próximos trimestres.

A visão da Mirae é semelhante: “Esperamos que ao longo de 2021 continue reportando números muito fortes suportados pelos preços atuais do minério de ferro, produção e normalização dos custos que vieram mais elevados, com excelente geração de caixa.”

A Ativa aponta ainda que “por conta de seu forte desempenho, a companhia não deve sentir impacto financeiro relevante nos seus esforços para a reparação de Brumadinho e melhorias na segurança de suas barragens”.

O Inter é um pouco mais cauteloso, mencionando que a pressão sobre os custos, vinda de maiores custos de MF de terceiros, de combustível e de mão de obra, deve seguir no terceiro trimestre, apresentando melhora nos últimos três meses do ano.

Sair da versão mobile