Investimentos

Volume administrado por gestores de patrimônio cresce 7,5% em 2023, mostra ANBIMA

Com a taxa básica de juros (Selic) em dois dígitos, produtos de renda fixa e isentos de tributação se destacaram

- Pixabay
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Os investimentos nas mãos de gestores de patrimônio chegaram a R$ 457,4 bilhões no fechamento de 2023, um avanço de 7,5% na comparação anual, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O resultado foi impactado, sobretudo, por uma movimentação atípica e concentrada em fundos de ações que totalizou R$ 24 bilhões. Sem a influência desse movimento, o volume financeiro se manteria praticamente estável, com alta de 1,8% (R$ 7,6 bilhões).

“Apesar das carteiras diversificadas, os clientes do segmento têm grande participação em crédito privado, que foi impactado pela crise no começo de 2023. Outro fator que corrobora com o menor crescimento foi a queda nas fusões e aquisições”, explica Fernando Vallada, diretor da ANBIMA.

A movimentação atípica puxou o crescimento da renda variável em 14,6%, para um montante de R$ 155,7 bilhões, o que representa 34% do total investido. O destaque ficou com fundos de ações, que cresceram 26%, somando R$ 107 bilhões. Sem a movimentação atípica, os fundos de ações teriam crescido apenas 1,8%. As ações recuaram 23%, somando R$ 21,2 bilhões no fechamento de 2023.

“Os gestores de patrimônio não refletiram o otimismo causado pela alta anual do Ibovespa, estimulada pelo início do corte da Selic no Brasil e pela perspectiva de relaxamento monetário nos Estados Unidos. A taxa de juros ainda em dois dígitos também pode ter motivado mais cautela no setor”, afirma Vallada.

Os fundos multimercados fecharam 2023 com um montante de R$ 96,4 bilhões, um recuo de 5,1% frente a dezembro de 2022. Impactados pela queda de 8% do dólar frente ao real no ano passado, os fundos cambiais caíram 59,6%, terminando o ano com R$ 100 milhões investidos.

Por outro lado, FIPs (Fundos de Investimento Participação), fundos imobiliários e ETFs (Exchange Traded Funds) avançaram. Os primeiros registraram alta de 17,9%, somando R$ 27,3 bilhões. Os imobiliários fecharam 2023 em R$ 16,3 bilhões, crescimento de 22,8%, enquanto os ETFs registraram aumento de 111,3%, a 2,8 bilhões.

(Informações da ANBIMA)

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