Carne bovina

XP: suspensão de exportações para China não deve afetar margens de frigoríficos

Corretora alerta que se situação se estender por mais tempo, as margens dos frigoríficos brasileiros poderão se deteriorar rapidamente

- REUTERS/Marcos Brindicci
- REUTERS/Marcos Brindicci

Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – A suspensão de exportações de carne bovina para China chegou ao seu 12º dia nesta quinta-feira (16), mas XP se mantém confiante no apetite da China e na velocidade em analisar e encerrar os casos de vaca louca no país. Porém, a corretora alerta que se a situação se estender por muito mais tempo, as margens dos frigoríficos brasileiros poderão se deteriorar rapidamente.

A XP acredita que a JBS (SA:JBSS3) e a Marfrig (SA:MRFG3) devem ser parcialmente impactadas, uma vez que as duas empresas possuem operações nos Estados Unidos, onde a indústria da carne bovina segue aquecida, e portanto compensaria parte do impacto. Às 16h55, as ações da JBS avançavam 1,07%, a R$ 33,0, enquanto as da Marfrig subiam 0,98%, a R$ 21,62.

O autoembargo aconteceu após dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como a doença da Vaca Louca, como determina o compromisso bilateral entre o país asiático e o Brasil.

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Em 2021, até então, a China estava sendo o destino de 55% das exportações de carne bovina nacionais e devido à sazonalidade do consumo, as vendas estavam em ritmo crescente e com expectativa de alta até o fim do ano. Em agosto foram embarcadas 105,9 mil toneladas de proteína, mas em setembro o volume deve ser afetado pela suspensão, mesmo que algumas empresas tenham acelerado alguns embarques no começo do mês.

Outra questão que vale ser destacada, segundo a XP, é que o Brasil foi responsável por 39% das importações chinesas de carne bovina, seguido pela Argentina que assumiu 24% das cargas que chegaram à China. Então a dependência dos produtos brasileiros faz com que a corretora acredite que a retomada dos embarques deve acontecer em breve.

O Brasil também exportou uma média de 73,3 mil toneladas por mês entre janeiro de 2020 e agosto de 2021 para a China. Os outros nove países que compõem o top 10 de exportadores não conseguiriam assumir esse volume no curto prazo.

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