quarta, 24 de abril de 2024
Ouro recorde

Já acabou, ouro? Após recorde, metal deve continuar subindo

27 julho 2020 - 17h39Por Carolina Unzelte

Quando você pensa em riqueza, provavelmente ele vem à sua cabeça, na forma de tesouros, joias… Imagina agora que o preço do ouro bateu recorde. Hoje, no fechamento em Nova York, os contratos do metal para o mês de agosto encerraram a sessão a US$ 1.931,00 a onça-troy. Mais cedo, atingiu a máxima desde 2011, a US$ 1.944,71.

Isso porque, apesar da recuperação já ter começado quando falamos do mercado de ações por exemplo, o ouro ainda precifica as incertezas econômicas trazidas pela pandemia de coronavírus 一 e outras mais. 

"Não é o ouro que está demorando para se estabilizar, mas sim os outros ativos que retomaram numa velocidade muito rápida", diz Rodrigo Knudsen, gestor do fundo Vitreo Ouro. "No próximo ano, ainda há um bom espaço para o metal subir". 

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O movimento deve imitar o que aconteceu depois da última crise, em 2008, com o subprime norte-americano. Antes dela, o ouro era negociado abaixo dos US$ 1 mil -- e o recorde foi atingido só em 2011, renovado hoje. "Os investidores procuram o metal não pela rentabilidade, mas pela proteção em tempos de crise", explica Knudsen. 

O recorde do ouro

Além da neblina com a pandemia, os investidores enxergam um bom custo oportunidade no ouro, tendo em vista os juros baixos a nível mundial. Além disso, o dólar, outro porto seguro tradicional, perdeu atratividade. 

"Existe um consenso de que os EUA saem mais fragilizados, com os gastos emergenciais em meio à crise", diz Rodrigo. "O dólar continua forte, mas a situação monetária piorou". A tendência pode piorar, com os boatos que a China pode despejar suas reservas de dólar no mercado, em meio à guerra com os Estados Unidos. 

Como investir

Apesar de não render dividendos como as ações, uma parte da carteira em ouro pode ser interessante para manter valor e proteger da volatilidade. "A valorização vem no longo prazo, em 20 ou 30 anos", aponta Rodrigo. 

É difícil prever bons pontos de entrada para o ouro, assim como para moedas. "Assim, o que recomendo é fazer a alocação aos poucos", diz o gestor. Se o objetivo final é ter, por exemplo, 5% da carteira no metal, o aporte pode começar a 1% e o aumento da exposição gradual.