quarta, 24 de abril de 2024

Ações da MRV devem ter impacto positivo no curto prazo com aquisição da AHS

27 dezembro 2019 - 13h30Por Eduardo Guimaraes
A MRV (MRVE3) atendeu os acionistas minoritários e mudou o desenho de sua proposta de aquisição da AHS Residential. A incorporadora norte-americana com atuação na Flórida foi fundada e é controlada pela família Menin, que também controla a MRV. Em setembro a MRV fez uma proposta de realizar aumentos de capitais na AHS de forma a controlar 51% da companhia. Os aumentos seriam finalizados em 2022. O problema é que com os aumentos de capital, o sócio a ser diluído é Rubens Menin, chairman da MRV. Essa estratégia de aquisição foi mal recebida pelo mercado, que previu um possível conflito de interesses. O chairman teria de tomar decisões de alocação de recursos (capital e tempo) sendo acionista de duas empresas. As ações da companhia acabaram caindo de R$ 22 para R$ 17. Os controladores negociaram uma nova estrutura para o negócio com os gestores de fundos de ações que também são acionistas da MRV. O novo desenho consiste na MRV comprar a participação dos Menin na AHS e pagando a aquisição em ações. A MRV também ser comprometeu a investir 236 milhões de dólares na AHS até 2023. Esperamos uma reação positiva para as ações da MRV no curto prazo. A aquisição da AHS não foi o real motivo da desvalorização das ações quando da proposta de aquisição em setembro. O problema enxergado pelo mercado foi o possível conflito de interesse que a aquisição poderia gerar. Com a nova proposta, que foi desenhada em conjunto com uma parte dos acionistas minoritários a companhia resolveu esse problema. A AHS atua em nicho pouco explorado nos Estados Unidos, e que conta com altas taxas de crescimento. A empresa é uma incorporadora que opera principalmente na Flórida, construindo e locando apartamentos para famílias que tem renda média de US$ 1.400 por mês. Quando os imóveis estão performados (prontos e com locação de 95%), a AHS vende uma parte relevante de sua participação (podendo chegar até 90%) para fundos de investimento e continua sendo responsável por gerenciar a propriedade.