Escalada do conflito

No Brasil para o G20, Biden autoriza uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia

Em setembro de 2024, durante uma reunião com líderes internacionais, Putin alertou que qualquer avanço nesse sentido teria sérias implicações para a dinâmica do conflito

Joe Biden - Reuters
Joe Biden - Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu sinal verde para que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA, com a autorização do uso dos potentes mísseis ATACMS (Army Tactical Missile System) contra alvos russos.

Esta decisão, que ainda não foi confirmada de maneira formal pela Casa Branca ou pelo Pentágono, pode representar uma reviravolta importante na política dos Estados Unidos em relação ao apoio militar à Ucrânia durante a guerra em curso com a Rússia.

Vale destacar que, no momento da confirmação dessa autorização, Joe Biden está em viagem oficial ao Brasil.

No domingo, 17 de novembro, o presidente americano desembarcou em Manaus, no Amazonas, para compromissos bilaterais, antes de seguir para a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

A decisão de permitir que a Ucrânia utilize mísseis ATACMS ocorre em meio a crescentes pressões sobre os EUA para fornecer maior apoio militar a Kyiv.

Por que o uso de mísseis ATACMS pela Ucrânia acende um alerta?

A decisão de Biden de autorizar o uso dos mísseis ATACMS pela Ucrânia representa uma mudança significativa na postura americana em relação ao conflito.

Esses mísseis, que têm um alcance de até 300 quilômetros, possibilitam à Ucrânia atacar alvos dentro do território russo, e ampliam consideravelmente a capacidade ofensiva do país em guerra.

Além disso, essa autorização abre a possibilidade para que outros aliados da Ucrânia, como o Reino Unido e a França, também concedam permissão à Ucrânia para usar seus próprios mísseis de longo alcance, como o Storm Shadow, que possuem características similares aos ATACMS.

Pressões de Zelensky e os últimos pedidos do líder ucraniano

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem pressionado há meses os países ocidentais para que levantem as restrições ao uso de mísseis de longo alcance, e permitir que seu exército ataque alvos militares e infraestruturas dentro da Rússia.

Zelensky tem argumentado que a capacidade de atingir alvos estratégicos mais distantes seria crucial para o sucesso da ofensiva ucraniana contra as forças russas.

Em uma declaração publicada neste domingo, Zelensky não confirmou nem negou se a administração Biden já havia concedido formalmente a permissão para o uso dos mísseis.

No entanto, ele reforçou a importância dos ataques de longo alcance no contexto da guerra.

Em um vídeo divulgado, o presidente ucraniano afirmou que apresentou aos seus aliados um “plano de vitória”, que inclui a “capacidade de longo alcance para nosso exército”.

Zelensky, de forma contundente, declarou que “ataques não são realizados com palavras” e que, portanto, não seria necessário anunciar publicamente as decisões sobre o uso de mísseis de longo alcance.

Ele acrescentou: “Essas coisas não são anunciadas. Os mísseis falarão por si mesmos.

E como reage a Rússia?

Embora ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre a autorização dada pelos Estados Unidos à Ucrânia, a Rússia já havia demonstrado preocupação com essa possibilidade.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou anteriormente que a autorização para o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia representaria uma participação direta” dos países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na guerra, o que, segundo Putin, mudaria substancialmente a própria essência do conflito” .

Em setembro de 2024, durante uma reunião com líderes internacionais, Putin alertou que qualquer avanço nesse sentido teria sérias implicações para a dinâmica do conflito. O presidente russo afirmou que isso significaria que os países da OTAN, os EUA e os estados europeus estão contra a Rússia”.

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