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4 pontos para analisar antes de investir com a queda da Selic, segundo estrategista do Santander

Oportunidades tendem a surgir justamente onde estão as diferenças entre a expectativa do mercado e do próprio investidor, declara Samuel Ferrarezi

- Agência Brasil
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A possível da queda da taxa de juros a ser anunciada hoje, 2 de agosto, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) liga o sinal de alerta na cabeça dos brasileiros: o que fazer com os investimentos diante deste novo cenário?

Samuel Ferrarezi, estrategista de Investimentos do Santander Brasil (SANB11) esclarece que, antes de definir quais produtos devem ser incluídos no portfólio, o investidor precisa ter quatro pontos esclarecidos:

  • – Ter clareza do próprio perfil, ou seja, qual a proporção de riscos e incertezas está disposto a assumir;
  • – Conhecer o panorama geral da economia;
  • – Saber quais são as expectativas do mercado financeiro, uma vez que isso reflete nos preços e nas taxas atuais;
  • – Avaliar quais são as expectativas, tanto suas (do investidor) quanto da instituição escolhida para alocar os recursos.

Expectativa versus realidade

Para Ferrarezi, as oportunidades tendem a surgir justamente onde estão as diferenças entre a expectativa do mercado e do próprio investidor.

Ele propõe, por exemplo, ao investidor que acredita que os juros irão cair mais rápido do que o projetado buscar os ativos pré-fixados, aqueles que já têm definido o seu valor de vencimento, pois taxas menores podem se traduzir em uma valorização mais rápida do que inicialmente esperado (a chamada marcação a mercado) – caminho similar ao seguido pelos títulos vinculados à inflação.

“Outros tipos de investimento que se beneficiariam de juros reduzindo mais rapidamente, mas que só fariam sentido caso o investidor aceite oscilações maiores, são os investimentos em renda variável, como ações e fundos imobiliários”, diz.

Porém, se o investidor considerar que as taxas de juros tendem a passar por reduções mais lentas do que o mercado acredita, Ferrarezi coloca os investimentos pós-fixados atrelados à Selic ou ao CDI como opções interessantes.

Apesar de serem normalmente procurados por sua postura mais defensiva, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e fundos DI podem se beneficiar de uma Selic que passe por cortes menos intensos.

Mas e se as expectativas do investidor estiverem alinhadas às do mercado financeiro? Ou ainda se o investidor temer que suas expectativas possam não se concretizar? Justamente por essa possibilidade, o especialista recomenda manter o portfólio diversificado.

“Diversificação não se trata apenas de investir em produtos diferentes, mas que se beneficiem de cenários variados.  Ainda há a possibilidade de direcionar recursos para fundos de renda fixa com gestão ativa, em que o gestor buscara ajustar a estratégia entre as opções que indicarem ser as mais promissoras para o momento”, aponta Ferrarezi.

Indo além, o estrategista explora outras opções em renda fixa menos óbvias para a maioria dos investidores, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e debêntures incentivadas, cujas rentabilidades podem ser atreladas à inflação, que é uma forma de proteger parte da carteira contra variações de preços, além de serem isentos de IR para pessoa física.

Para quem se sente desconfortável em tomar riscos, Ferrarezi declara que “risco é diferente de perda. Se arriscar é ter um resultado diferente do que se esperava inicialmente. Pode ser, inclusive, mais benéfico”.

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