Agenda Econômica

5 principais assuntos para acompanhar nos mercados na semana de 31 de janeiro a 4 de fevereiro

Relatório de empregos dos EUA, divulgação de resultados do quarto trimestre, reuniões do Banco da Inglaterra, do BCE e do Copom, que pode elevar a Selic a 10,75% a.a.; veja mais

- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve
- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve

Por Noreen Burke e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O relatório de empregos dos EUA para janeiro será um foco crítico para os mercados esta semana, à medida que os investidores tentam medir o nível de agressividade com o qual o Federal Reserve poderá agir em sua luta contra a inflação.

As divulgações de resultados continuarão, com os anúncios de gigantes de tecnologia como a Amazon (NASDAQ:AMZN) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora do Google, agendados.

A alta volatilidade do mercado deve prosseguir, e tanto o Banco da Inglaterra como o Banco Central Europeu irão se reunir.

No Brasil, esta semana o Copom deve se reunir para decidir sobre a política monetária do país. A expectativa do mercado é que a taxa Selic seja elevada de 9,25% a.a. para 10,75% a.a.

Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana:

1. Relatório de empregos dos EUA

Os EUA devem divulgar o relatório de folhas de pagamento não agrícolas de janeiro na sexta-feira, com os economistas prevendo que a economia tenha adicionado 155.000 postos de trabalho, uma desaceleração em comparação às 199.000 gerados em dezembro sob o impacto da variante ômicron.

Indícios da continuidade de um mercado de trabalho forte podem aumentar as apostas sobre o nível de agressividade a que o Fed pode chegar no aperto da política monetária para combater a alta da inflação.

O Fed sinalizou um aumento das taxas de juros em março após sua reunião de política monetária na semana passada, e o presidente Jerome Powell reconheceu que os dirigentes podem agir com ainda mais intensidade que os quatro aumentos de juros que os mercados já precificaram para este ano.

Na sexta-feira, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o banco central poderia elevar as taxas em até meio ponto percentual se os dados econômicos assim exigissem.

O Goldman Sachs prevê que o Fed irá aumentar os juros cinco vezes este ano, uma elevação a mais que a previsão anterior de quatro altas, com a primeira delas sendo esperada ara março, segundo um relatório dos seus economistas no final da sexta-feira.

2. Resultados

Mais um grande lote de resultados será divulgado essa semana, incluindo pesos pesados como Alphabet e Amazon, respectivamente na terça e na quinta-feira.

As ações de tecnologia vem sendo pressionadas este ano, quando os investidores tornaram-se mais relutantes em pagar valuations elevados por ações de crescimento em meio a uma escalada de rendimentos de títulos, à medida que o Fed planeja apertar sua política monetária a fim de subjugar a inflação.

Até este ponto na temporada de resultados, os investidores têm se focado nas projeções, e a medida em que as empresas esperam que os desafios persistentes de fornecimento global afetem seus resultados daqui em diante.

A insegurança dos investidores já puniu empresas como Netflix (NASDAQ:NFLX), JPMorgan (NYSE:JPM) e Tesla (NASDAQ:TSLA),que entregaram resultados decepcionantes nas últimas semanas.

Outros resultados dignos de nota esta semana incluem Meta Platforms (NASDAQ:FB), General Motors (NYSE:GM), Ford (NYSE:F), Exxon Mobil (NYSE:XOM), Bristol-Myers Squibb (NYSE:BMY) e Merck (NYSE:MRK).

3. Compra a queda?

A trajetória descendente das ações dos EUA em janeiro motivou alguns investidores a começarem a olhar para as valuations dos ativos para ver se esse era o momento de abocanhar ações a preços de barganha.

O S&P 500 caiu mais de 9% até agora em 2022, enquanto o Nasdaq, com forte participação do setor de tecnologia, permanece em correção após uma queda de quase 15%.

A compra na sequência de retrações foi uma estratégia que valeu a pena para muitos investidores ao longo dos últimos dois anos, quando o amplo estímulo em função da pandemia catapultou as ações para uma série de novas máximas históricas. Mas com já cinco aumentos de juros por parte do Fed na mesa para este ano, os investidores estão tendo de aprender a conviver com uma nova realidade.

A queda dos mercados não foi precipitada o suficiente para os estrategistas do Barclays, que declararam no início da semana passada em relatório que ainda era “cedo demais para comprar a queda”.

Por outro lado, a força dos resultados do quarto trimestre, que continuam a ser divulgados enquanto a temporada de ganhos do S&P 500 ainda não chegou à metade, pode reforçar o argumento para investidores em busca de compras com desconto.

4. Aumento dos juros do Banco da Inglaterra

O Banco da Inglaterra (BoE) deve aumentar as taxas de juros novamente em mais 0,25% em sua próxima reunião de política monetária na quinta-feira, a fim de limitar a inflação, que já alcança sua maior patamar em trinta anos.

Em dezembro, o BoE tornou-se o primeiro grande banco central do mundo a elevar as taxas desde o início da pandemia, e os observadores do mercado estarão ansiosos por ouvir o que o Governador Andrew Bailey tem a dizer sobre a trajetória futura dos juros.

O aumento esperado também significará que o limite do banco para começar a cortar seu balanço terá sido alcançado, o que pode ocorrer já em março.

Antes disso, a zona do euro deve divulgar dados sobre o PIB do quarto trimestre e os números da inflação em janeiro. Os dados do PIB devem demonstrar que o crescimento econômico diminuiu no período de três meses findo em dezembro, enquanto a expectativa e que a inflação tenha aumentado.

O BCE diverge do Fed e do BoE, e os prospectos de um aumento dos juros permanece distante.

Os observadores do mercado não esperam mudanças na política monetária do BCE esta semana – em vez disso, a chefe do BCE, Christine Lagarde, enfrenta o desafio de anunciar que os dirigentes irão se manter fiéis a sua postura agressiva quanto à inflação ao mesmo tempo em que nega especulações prematuras a respeito de aumentos de juros.

5. Taxa de Juros no Brasil

Esta semana, o principal evento econômico no Brasil será a primeira reunião do ano feita pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para discutir a política monetária do país. A expectativa é que a autoridade eleve a taxa Selic em 1,5 p.p., de 9,25% a.a. para 10,75% a.a..

A decisão será divulgada na quarta-feira, 2, a partir das 18h30, após dois dias de reuniões. O mercado também estará atento para saber se o Copom deixará ou não uma nova alta contratada para a reunião de março.

Antes disso, na segunda-feira, 31, o Ministério do Trabalho e Previdência divulga os números do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes a dezembro passado e a 2021.

Os resultados devem ser publicados às 10:00.

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