O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,54% em março, mostrando aceleração em relação à taxa de fevereiro (0,34%). A variação foi a maior para um mês de março desde 2015, quando o índice foi de 1,24%, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Mas ficou perto do 0,51% esperado pelo mercado. O IPCA-15, que coleta os preços nos 30 dias encerrados dia 15, serve de prévia para o IPCA do mês fechado, que é usado pelo Banco Central (BC) em suas metas de inflação.
O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 1,18%, acima da taxa de 0,87% registrada em igual período de 2018. Em relação aos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,18%, acima dos 3,73% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2018, a taxa foi de 0,10%.
Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Artigos de Residência (-0,23%) e Comunicação (-0,19%) tiveram deflação de fevereiro para março. No lado das altas, Alimentação e Bebidas (1,28%) registrou a maior variação e o maior impacto, 0,32 ponto percentual (p.p.) sobre o IPCA-15 do mês. Já o grupamento dos Transportes, que havia caído 0,46% no mês anterior, subiu 0,59%, contribuindo com impacto de 0,11 p.p. Juntos, os dois grupos corresponderam a cerca de 80% do índice do mês. As demais variações ficaram entre o 0,06% de Vestuário e o 0,38% de Saúde e cuidados pessoais.
O grupo Alimentação e Bebidas acelerou de fevereiro (0,64%) para março (1,28%) por conta da alimentação no domicílio, que subiu 1,91%, frente à alta de 0,68% no mês anterior. O feijão-carioca, que tivera alta expressiva em fevereiro (34,56%), subiu 41,44%, contribuindo com o maior impacto individual no IPCA-15 de março, 0,09 p.p. No caso da batata-inglesa, também se observou aceleração de um mês para o outro (de 12,39% para 25,59%), com 0,06 p.p. de impacto. Já o tomate, após uma queda de 20,32% em fevereiro, apresentou alta de 16,73%. Outros itens importantes na cesta de consumo das famílias, como as frutas (2,74%) e o leite longa vida (2,35%) também registraram alta em março.
A alimentação fora, que havia subido 0,58% no mês anterior, desacelerou para 0,17%, com destaque para a queda observada na refeição (-0,23%), após a alta de 0,78% registrada em fevereiro.
Do grupo dos Transportes (0,59%), os dois principais impactos no índice de março ficaram com a passagem aérea (7,54%) e o etanol (2,64%), ambos com 0,03 p.p. A gasolina (0,28%), após três meses consecutivos de quedas, apresentou ligeira alta, contribuindo com 0,01 p.p. no índice do mês. Regionalmente, as variações ficaram entre a queda de 1,15% na região metropolitana de São Paulo e a alta de 5,92% na região metropolitana de Fortaleza.
Ainda em Transportes, destaca-se também o resultado de 0,73% dos ônibus urbanos, reflexo dos reajustes nas tarifas em diversas regiões.
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