Ibovespa

Ibovespa opera em forte queda com sinais de recessão global; dólar sobe

Investing.com – A jornada desta quarta-feira (14) na B3, a bolsa brasileira, está marcada pela desvalorização do Ibovespa, seu principal índice acionário. Às 14h12, o Ibovespa registrava queda de 2,68%, aos 100.534 pontos. O dólar comercial, por sua vez, estava cotado a R$ 4,020, uma alta de 1,33% em relação ao fechamento de ontem.

O mercado brasileiro está refletindo a piora do cenário exterior. Apesar da distensão na disputa comercial entre EUA e China com adiamento de novas tarifas sobre produtos chineses, a divulgação de dados sobre as economias chinesa e alemã indicam que quadro de recessão global não deve ser descartado. Além disso, seguem no radar dos investidores a volatilidade do preço dos ativos argentinos e a manifestação em Hong Kong e, na cena local, a continuação da temporada de balanços do 2º trimestre.

Notícias internas

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira a medida provisória da liberdade econômica, uma das prioridades do governo do presidente Jair Bolsonaro e que visa desburocratizar e simplificar a abertura e a operação de empresas no país.

A aprovação por 345 votos a 76 do texto-base aconteceu depois de o relator da matéria, Jerônimo Goergen (PP-RS), passar os últimos dias em reuniões para negociar um texto que recebesse o aval dos parlamentares. A proposta ainda pode ser alterada na fase de análise de destaques à medida.

Senadores fecharam acordo e definiram um calendário de votação da reforma da Previdência com promulgação prevista para o dia 10 de outubro, tendo como contrapartida a discussão de ao menos sete medidas relacionadas ao chamado pacto federativo, informaram lideranças da Casa.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), trabalha com a ideia de promulgar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com as novas regras previdenciárias entre os dias 8 e 10 de outubro. Também adiantou que pretende trabalhar pela celeridade da tramitação das propostas do pacto federativo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abrandou seu plano de impor tarifa de 10% sobre o restante de importações chinesas, que começaria a valer em 1º de setembro, postergando a aplicação das alíquotas sobre celulares, laptops e vários outros bens de consumo na esperança de diminuir o impacto na temporada de compras de fim de ano.

Por sua vez, a China divulgou uma série de dados fracos inesperados para julho nesta quarta-feira, incluindo a produção industrial na mínima de mais de 17 anos.

A atividade na China continua a esfriar apesar de uma série de medidas ao longo do último ano, levantando dúvidas sobre se seria necessário um estímulo mais rápido, mesmo que isso possa levar ao aumento da dívida.

Na Alemanha, o Produto Interno Bruto teve de 0,1%, o que levou analistas a especularem sobre a entrada da economia do país a uma recessão no terceiro trimestre com a guerra comercial e as incertezas em relação à forma de saída do Reino Unido da União Europeia.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,98%, a 20.655 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,08%, a 25.302 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,42%, a 2.808 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, ganhou 0,45%, a 3.682 pontos.

A quarta-feira dá sinais que a sessão deve ser negativa para os principais mercados de ações da Europa. Em Frankfurt, o DAX tem queda de 1,47% aos 11.576 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE cede 0,97% aos 7.180 pontos. Já em Paris, o CAC recua 1,35% ais 5.290 pontos.

COMMODITIES

Pelo segundo dia consecutivo, a sessão desta quarta-feira foi marcada por ganhos para os contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento em janeiro de 2020, somou 0,72% para 631,50 iuanes por tonelada, o que representa uma variação diária de 4,50 iuanes.

A quarta-feira foi um dia de rumos distintos para os principais papéis futuros do vergalhão de aço, que são transacionados na bolsa de mercadorias da também chinesa cidade de Xangai. O contrato mais líquido, com entrega para o mês de outubro do atual calendário, perdeu 4 iuanes para 3.670 iuanes por cada tonelada do produto. Já o de janeiro de 2020, segundo em volume, somou 1 iuan, para 3.451 iuanes por tonelada.

Por outro lado, o dia é negativo para os contratos futuros do petróleo. O barril do tipo Brent, negociado em Londres, perde 1,45%, ou US$ 0,89, a US$ 60,41. Já em Nova York, o WTI recua 1,80%, ou US$ 1,03 a US$ 56,07.

MERCADO CORPORATIVO

– Embraer (SA:EMBR3)

A fabricante brasileira de avião teve prejuízo líquido ajustado no segundo trimestre do ano de R$ 57,6 milhões, o que representa mais do que dobro do registrado no mesmo período do ano passado, quando foi de R$ 21,4 milhões. Já nos três primeiros meses de 2019, as perdas foram de R$ 229,9 milhões.

Entre abril e junho deste ano, a companhia teve receitas líquidas de R$ 5,402 bilhões, contra os R$ 4,523 bilhões de um ano antes. Os números também foram superiores aos R$ 3,123 bilhões dos três primeiros meses de 2019.

Com isso, o Ebitda ajustado da companhia foi para R$ 259,6 milhões, ante os R$ 589,5 milhões do mesmo período de 2018 e dos R$ 120,3 milhões da abertura de 2019. Assim, margem ajustada variou de 13,0% para 4,8% em 12 meses.

– Kroton (SA:KROT3)

O grupo educacional registrou no segundo trimestre do ano um lucro líquido ajustado de R$ 266,696 milhões, o que representa uma queda de 44,2% ante os R$ 477,766 milhões de um ano antes. Já nos três primeiros meses de 2019, o resultado foi de R$ 318,692 milhões.

A receita líquida da companhia variou 14,2% na base anual, indo de R$ 1,562 bilhão entre abril e junho de 2018 para R$ 1,742 bilhão no mesmo período deste ano. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 1,837 bilhão.

Desta forma, o Ebitda da Kroton (SA:KROT3) foi de R$ 624,767 milhões, queda de 4,3% ante os R$ 653,065 milhões de um ano antes. Com isso, a margem foi de 42,8% para 35,9% em 12 meses.

– CPFL (SA:CPFE3)

A CPFL Energia (SA:CPFE3), da chinesa State Grid, reportou nesta terça-feira lucro líquido de 574 milhões de reais no segundo trimestre, aumento de 27,4% ante o mesmo período do ano passado.

A geração de caixa da empresa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu 1,505 bilhão de reais, aumento de 9,9% na comparação anual, com impulso do desempenho dos segmentos de distribuição e geração convencional, disse a empresa.

Segundo a CPFL (SA:CPFE3), o segmento de distribuição teve Ebitda 873 milhões de reais no período (+13,8%), refletindo principalmente os resultados advindos da conclusão dos processos de revisão tarifária da RGE (em junho de 2018) e dos reajustes tarifários das demais distribuidoras: CPFL Piratininga (outubro 2018) e CPFL Paulista (abril 2019).

Em mensagem no relatório de resultados, o presidente da companhia, Gustavo Estrella, disse que a administração da CPFL (SA:CPFE3) “segue otimista em relação aos avanços do setor elétrico brasileiro e continua confiante em sua plataforma de negócios, cada vez mais preparada e bem posicionada para enfrentar os desafios e oportunidades no país”.

– Banco Pan (SA:BPAN4)

O Banco Pan (SA:BPAN4) revelou nesta terça-feira uma lista de bancos que poderá contratar para coordenarem uma possível oferta de ações da instituição.

Em fato relevante, o Banco Pan (SA:BPAN4) afirmou que considera envolver BTG Pactual (SA:BPAC11), Caixa Econômica Federal, Santander Brasil (SA:SANB11) e Morgan Stanley (NYSE:MS) para coordenar a oferta de ações que a companhia havia divulgado na semana passada que pode realizar, com objetivo de recompor o percentual mínimo de ações em circulação.

BTG Pactual (SA:BPAC11) e Caixa Econômica Federal são os principais acionistas do Banco Pan (SA:BPAN4).

– BNDESPar

A BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciou nesta terça-feira que teve resultado negativo de 650 milhões de reais no segundo trimestre.

A instituição atribuiu o resultado à revisão da classificação de riscos para efeitos de provisionamento contábil. No semestre, o lucro do BNDESPar somou 7,96 bilhões de reais, crescimento de 107,5% ante mesmo período de 2018.

A instituição atribuiu o desempenho principalmente ao resultado com participações societárias, de 12,6 bilhões de reais, alta de 146% ano a ano.

No semestre, a BNDESPar vendeu ações de Fibria (SA:FIBR3), hoje parte da Suzano (SA:SUZB3), Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE3), Rede Energia e Linx (SA:LINX3), que somaram 10,5 bilhões de reais.

– BRF (SA:BRFS3)

A BRF (SA:BRFS3) anunciou nesta terça-feira que seu conselho de administração aprovou a indicação do executivo Carlos Alberto Bezerra de Moura para ocupar a vice-presidência financeira da companhia dona das marcas Sadia e Perdigão.

Moura deverá tomar posse em 16 de setembro, informou a companhia em comunicado ao mercado.

O executivo vai deixar a diretoria financeira da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que ocupa desde 2011, segundo a BRF (SA:BRFS3). Moura também teve passagens por Itaú Unibanco (SA:ITUB4), Banco Bozano, Simonsen e Deloitte Touche Tohmatsu. Ele é formado em ciências contábeis.

Até a posse de Moura, a diretoria financeira da BRF (SA:BRFS3) é exercida interinamente pelo presidente-executivo da companhia, Lorival Nogueira Luz Junior.

– Qualicorp (SA:QUAL3)

A Qualicorp (SA:QUAL3) anunciou nesta terça-feira que teve lucro líquido de 110,1 milhões de reais no segundo trimestre, um aumento de 25% em relação ao obtido em igual etapa de 2018.

O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla me inglês) ajustado atingiu 246,7 milhões de reais de abril a junho, montante 14,4% sobre um ano antes.

A companhia atribuiu o resultado ao incremento da receita e da margem, dada a melhora nos custos de serviços prestados e nas perdas com créditos incobráveis.

– Eletrobras (SA:ELET3)

SPEs e Angra 3

A Eletrobras (SA:ELET3) espera fechar entre outubro e novembro vendas de fatias que detém em eólicas e transmissoras, ativos que integram as chamadas Sociedades de Propósito Específico (SPEs), disse nesta terça-feira o presidente-executivo da companhia, Wilson Ferreira Jr..

Em entrevista para comentar os resultados da Eletrobras (SA:ELET3), ele afirmou que há interessados por todos os lotes de SPEs colocados à venda.

Essa é segunda tentativa de venda da participação da Eletobras nessas sociedades. As fatias nas 39 SPEs serão vendidas em seis lotes.

“Temos manifestação de interesse em todos os lotes. Não tive pedido de extensão de prazo por parte de investidores”, disse Ferreira Jr. a jornalistas.

Linhão de Roraima

A estatal Eletrobras (SA:ELET3) não conseguirá realizar os 5,7 bilhões de reais em investimentos inicialmente planejados para 2019, devido ao avanço mais lento de alguns projetos, como um linhão de transmissão entre Roraima e o Amazonas, disse nesta terça-feira o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr.

“Eu acredito que a gente tenha que rever uma parte do nosso orçamento para baixo, por conta desse deslocamento em termos de cronograma de algumas obras”, disse o executivo, durante teleconferência com investidores sobre os resultados.

Segundo ele, os investimentos neste ano devem ficar ligeiramente abaixo de 5 bilhões de reais.

A Eletrobras (SA:ELET3) somou aportes de 577,7 milhões de reais no segundo trimestre e de 1 bilhão no acumulado do ano, o que representa apenas 19% do total previsto.

Privatização

A emissão de novas ações da Eletrobras (SA:ELET3) que o governo pretende realizar para levar à capitalização e privatização da companhia deve ocorrer em 2020, embora uma decisão sobre o projeto de lei necessário para viabilizar o processo seja esperada ainda em 2019, disse nesta terça-feira o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr..

A Eletrobras (SA:ELET3) afirmou no início de agosto que o presidente Jair Bolsonaro autorizou que sejam aprofundados estudos para a desestatização da companhia, o que precisará passar pelo Congresso Nacional.

Durante coletiva de imprensa para comentar os resultados da elétrica, Ferreira afirmou que a tendência é que a operação de capitalização ocorra de fato após fevereiro de 2020.

O executivo comentou ainda que não vê como essencial a criação de uma classe especial de ações da companhia, a chamada “golden share”, no processo de desestatização.

– Energia Elétrica

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira o edital de um leilão de concessões para a construção de novos projetos de transmissão de energia, com a licitação agendada para 19 de dezembro.

O certame, na sede da bolsa paulista B3, oferecerá a investidores 12 lotes de empreendimentos, que deverão demandar investimentos de mais de 4 bilhões de reais.

As empresas vencedoras da disputa assinarão contratos de concessão de 30 anos para a construção e futura operação dos projetos.

Os leilões para novos projetos de transmissão de energia no Brasil têm atraído forte interesse de investidores nos últimos anos, incluindo grandes elétricas internacionais como a chinesa State Grid e a indiana Sterlite, além de empresas locais como Equatorial Energia (SA:EQTL3) e Energisa (SA:ENGI4).

AGENDA DE AUTORIDADES

– Jair Bolsonaro

O presidente viaja nesta quarta-feira para Paranaíba (PI) onde sobrevoa o Perímetro Irrigado dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí e participa da cerimônia de lançamento do empreendimento. Bolsonaro fecha a viagem com visita à Escola do SESC – Edifício Miranda Osório.

Na parte da tarde, de volta à Brasília, se reúne com Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE), Líder do Governo no Senado Federal e, em seguida, com Osmar Terra, Ministro de Estado da Cidadania.

– Paulo Guedes

O ministro da Fazenda tem uma série de reuniões nesta quarta-feira. Veja a programação:

– Dirigentes empresariais

– Extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN)

– Secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues

– Subsecretário-Geral da Receita Federal do Brasil, João Paulo

– Senador Oriovisto Guimarães, relator do Plano Plurianual (PPA)

– Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro

– Presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Arilson Carvalho

– Secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar

*Com Reuters

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