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Acima do esperado: alimentos puxam alta de 0,95% no IPCA-15 em março, a maior para o mês desde 2015

Em 12 meses, o IPCA-15 soma 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, ficou em 0,95% em março, 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (0,99%). Essa a maior variação para um mês de março desde 2015 (1,24%). As informações são da Agência de Notícias IBGE.

O resultado veio acima das expectativas do mercado, que previam uma alta de 0,87%, mas abaixo do resultado prévio de 0,99%.

Segundo o Boletim Focus desta semana, a previsão da inflação para 2022 foi de 6,59%, acima tanto da meta de 3,50%, como do limite superior de 5%.

O IPCA-E, acumulado do IPCA-15 no trimestre, ficou em 2,54% de janeiro a março, acima da taxa de 2,21% registrada em igual período de 2021. Em 12 meses, o IPCA-15 soma 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2021, a taxa foi de 0,93%. Os dados foram divulgados hoje (25) pelo IBGE.

Houve variações positivas em todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados. 

O principal destaque foi alimentos e bebidas com a maior variação (1,95%) e o maior impacto (0,40 p.p.), e aceleração em relação ao mês anterior (1,20%).

Saúde e cuidados pessoais, cujos preços subiram 1,30%, após a queda observada em fevereiro (-0,02%) teve o segundo maior impacto. Na sequência, vieram os Transportes, com 0,15 p.p. de contribuição e alta de 0,68%).

Juntos, os três grupos representaram cerca de 75% do impacto total do IPCA-15 de março.

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A alta dos alimentos foi puxada pelos aumentos dos preços de alimentos para consumo no domicílio (2,51%) devido a influência de fatores climáticos como estiagem no Sul e chuvas no Sudeste.

Com isso, houve disparada dos preços da cenoura (45,65%), e altas expressis nos preços do tomate (15,46%) e das frutas (6,34%).

As altas atingiram ainda os preços da batata-inglesa (11,81%), do ovo de galinha (6,53%) e do leite longa vida (3,41%).

Nas quedas, destaque para o frango em pedaços (-1,82%), cujos preços já haviam caído em fevereiro (-1,31%). 

Em transportes, os preços da gasolina subiram 0,83%, o subitem de maior peso no IPCA-15, 6,40% do total. O aumento deve-se ao reajuste de 18,77% do combustível nas refinarias, em 11 de março.

Ocorreram altas também nos preços do óleo diesel (4,10%) e do gás veicular (5,89%). O etanol foi a exceção, com queda de 4,70%. Destaca-se também o resultado das passagens aéreas (-7,55%), cujos preços caíram pelo terceiro mês consecutivo.

Ainda em Transportes, embora tenham apresentado alta, automóveis novos (0,83%) e usados (0,70%) registraram desaceleração em relação ao mês anterior (2,64% e 2,10%, respectivamente).

Nos transportes públicos, a variação positiva de ônibus urbano (1,04%) decorre dos reajustes nas passagens em Curitiba (10,67%): reajuste de 22,23%, a partir de 1º de março; Recife (9,07%): reajuste de 9,33%, em vigor desde 13 de fevereiro; e Fortaleza (0,26%): reajuste de 8,55%, vigente desde 15 de janeiro. Também houve aumento nas passagens dos ônibus intermunicipais (0,37%) em Curitiba (1,51%) e no Rio de Janeiro (4,12%), ambos a partir de 1º de março.

Outros destaques do IPCA-15 em março foram Habitação (0,53%) e Artigos de residência (1,47%), este último com a segunda maior variação no índice do mês.

Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Comunicação e o 0,95% de Vestuário.

As informações são da Agência de Notícias IBGE.

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