Na manhã desta quarta-feira (20), as ações da Netflix (NFLX34) derretem, refletindo o balanço divulgado ontem, que apontou uma queda de assinantes pela primeira vez em uma década. As ações da plataforma de streaming na Nasdaq (NFLX) despencavam 38,63%, às 11h15, enquanto os BDRs recuavam 21,06%, a R$ 21,63.
A Netflix perdeu 200 mil assinantes no período, contra 3,98 milhões de novos usuários no mesmo intervalo do ano passado. Anteriormente, a plataforma chegou a afirmar a seus acionistas que esperava um crescimento de 2,5 milhões de assinantes líquidos durante o primeiro trimestre.
Segundo a empresa, a suspensão do serviço na Rússia e o encerramento de todas as assinaturas pagas no país resultaram na perda de 700 mil assinantes. Excluindo esse impacto, a empresa teria adicionado apenas 500 mil assinantes a seu serviço.
A Netflix também registrou uma receita no primeiro trimestre que chegou US$ 7,78 bilhões, um pouco abaixo dos US$ 7,93 bilhões projetados pelo mercado.
Em release de resultados, a plataforma comentou que o alto número de contas compartilhadas por um mesmo login e o aumento da concorrência são obstáculos para o aumento de receita.
Para Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, destaca que, pela primeira vez, o relatório emitido ao mercado trouxe como meta a manutenção de um teto de endividadmento como forma de enfrentar o cenário de turbulência
"A empresa passa a deixar de mirar crescimento para tentar defender uma margem, com o desafio de um modelo que despende muito capital. Netflix está tentando fazer a conta fechar e provar que seu negócio para em pé, mesmo com um crescimento acanhado, impactado por um contexto de crise".
Segundo Lobão, mais do que a crise instalada pela guerra na Ucrânia, o que mais tem impactado a Netflix é um ambiente competitivo muito mais agressivo.