Sabe aquela história de que os momentos de tensão revelam a verdadeira personalidade das pessoas? Pois é, não é diferente quando se trata de investimentos. Descobrir qual é o seu perfil de investidor é um dos primeiros passos de quem quer aplicar, mas talvez você precise passar por uma crise para entender de fato suas características pessoais.
Pensando em investir? Descubra o seu perfil de risco
“O momento atual é uma boa hora para os investidores reavaliarem se seus portfólios estão no perfil adequado”, afirma Samuel Torres, analista-chefe da casa de análises Capital Research.
Com os tombos no mercado de ações, ocasionados pelas incertezas sobre os impactos do coronavírus na economia, o efeito manada de saída da bolsa denunciou que, na verdade, alguns investidores não estavam com exposição confortável. Muita gente se deixou levar pelo nervosismo e, ao ver os preços despencando, também vendeu suas ações.
“Além da tolerância às oscilações de valor, o perfil também está relacionado ao emocional do investidor”, adiciona Samuel.
“Nem todos entendem que é normal que determinados ativos em certos períodos possam sofrer grandes variações de preço”.
Assim, o indicado é observar seu próprio comportamento em tempos de volatilidade. É claro que todos ficam sensíveis quando a bolsa despenca, mas será que você é realmente agressivo se não optou por não segurar suas posições? Afinal, os riscos eram sabidos mesmo quando os primeiros papéis foram comprados.
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E o que fazer ao notar que o seu perfil mudou? “Aqueles que querem migrar para uma carteira mais conservadora devem tomar cuidado, pois isso implica em vender ativos mais arriscados, que, em geral, foram os que mais se desvalorizaram”, alerta Samuel.
Para isso, o especialista aponta que outra estratégia pode ser priorizar a aplicação em novas modalidades de riscos menores, como os de renda fixa. “Isso diminui o percentual alocado em aplicações de risco do seu portfólio, sem apelar para a venda de ativos”, diz.
O que influencia no seu perfil de investidor?
“É comum que o pessoal responda a questionários que não levam em conta todos os fatores”, afirma Torres. “Assim, acham que são menos avessos ao risco do que na verdade são”.
Para definir o seu perfil de investidor, é necessário levar em conta mais critérios, como a necessidade de liquidez. Algumas pessoas não têm aversão ao risco, mas levam um estilo de vida de altos gastos. “Dessa maneira, pode ser necessário vender ativos para arcar com despesas, e investimentos mais conservadores dão liquidez para isso”, diz Torres.
Outro critério para se levar em conta é o tempo. “Se você realmente está comprometido com o longo prazo e não vai vender os ativos, pode ter maior alocação em ativos mais arriscados”, diz o analista. No entanto, se sua paciência vai render menos tempo, posições mais conservadoras podem ser uma boa opção, já que o resgate não traz prejuízos.
