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Ainda vale a pena manter meu dinheiro na "antiga poupança", mesmo com a alta da Selic?

Chama-se "antiga poupança" aqueles que tinham depósitos realizados até o dia 3 de maio de 2020

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Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou um acréscimo de 0,75% na Selic, a taxa básica de juros, que alcançou o patamar de 4,25% ao ano. A autoridade também sinalizou que pode acelerar ainda mais o ciclo de alta, elevando a taxa básica de juros em mais um ponto percentual já na próxima reunião, que será realizada nos dias 3 e 4 de agosto. 

Mudanças na Selic tem diversos efeitos sobre a economia, como controle da inflação, custo de financiamentos e aumento da rentabilidade de alguns investimentos em renda fixa, como a caderneta de poupança. Mas será que esse aumento dos juros tem algum efeito sobre valores depositados na “antiga poupança”? E para quem ainda tem dinheiro investido dessa forma, vale manter ou é melhor procurar outro ativo? Confira nesta SpaceDica.

O que é a “antiga poupança”?

Em 2012, o Governo Federal mudou as regras para quem mantém aplicações na poupança. Desde então, chama-se “antiga poupança” aqueles que tinham depósitos realizados até o dia 3 de maio daquele ano. Quem manteve o dinheiro nesse tipo de caderneta conta com rendimento de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), zerada desde 2017. Por ano, o retorno total é de 6,17% e livre de imposto de renda.

Novas regras, menor rentabilidade

As regras que passaram a regular as cadernetas transformaram o investimento no “patinho feio” do mercado financeiro, isso porque atualmente a rentabilidade obtida na caderneta não chega nem a bater a inflação. No formato atual, se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% sobre o valor depositado, somado à TR. Porém, caso a taxa esteja abaixo desse patamar, como está agora (4,25%), a poupança renderá apenas 70% da Selic, mais a TR. 

Segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), com o recente aumento dos juros, a rentabilidade atual da poupança é de 0,24% ao mês (ou 2,97% ao ano). O problema é que a inflação projetada para este ano pelos analistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central, é de 6,56%. Se os indicadores seguirem por esse caminho (o que deve acontecer), a nova poupança terá “rendimento negativo” de quase 3%. E  não será a primeira vez que isso acontece. Em 2020, as cadernetas fecharam com rentabilidade anual de 2,11%, enquanto a inflação oficial fechou o ano em 4,52%. Ou seja: Quem manteve o dinheiro nesse tipo de investimento durante todo o ano passado começou 2021 com seu dinheiro valendo menos.

Está na antiga poupança? Mantenha!

Então, para quem tem dinheiro na antiga poupança, vale a pena tirar? Por ora, não. Considere que você mantenha R$ 10 mil aplicados na “poupança antiga” até o final do ano. Com o rendimento líquido de 6,17% ao ano, você obterá, ao final do período, R$ 617. Já com a nova poupança o cenário não seria tão animador, com o mesmo valor aplicado e o rendimento de 2,98% ao ano, sob a Selic atual (4,25%), o poupador obtém o rendimento de R$ 248,00 em 12 meses – totalizaria R$ 10.298,00 em um ano.

Atualmente, esse investimento chega a ser mais vantajoso até que muitos produtos de renda fixa, como o Tesouro Direto. Em uma simulação com o Tesouro Selic 2024, por exemplo, com a atual taxa de juros o rendimento líquido (já descontado o imposto de renda) em um ano fica em 5,6%, quase meio por cento abaixo da antiga poupança, que ainda tem a vantagem de não pagar IR e nem cobrar taxas de administração.

Diversifique

Embora manter seu dinheiro na poupança antiga seja interessante em relação aos produtos de renda fixa, não deixe de analisar outras oportunidades de investimentos para diversificação da sua carteira, com diferentes ativos e modalidades de renda fixa, variável, fundos de investimento e até outras opções mais agressivas, como crowdfunding de investimento. Para fazer as melhores escolhas, siga o seu perfil de investidor. Ainda não sabe qual é? Então confira neste texto ferramentas para descobrir e simular aplicações financeiras.

Se você já não conhece o seu perfil de investimento, confira como descobrir nesta SpaceDica!

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