Juros no Brasil

Alta da Selic será sentida rapidamente no financiamento imobiliário, diz empresário do setor

Segundo Dowglas Melo, sócio da Urban House, consumidor já está ponderando mais a compra de um imóvel

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Depois de quase seis anos, a Selic voltou a subir. A taxa estava estacionada no piso histórico de 2% ao ano desde agosto de 2020, mas o Comitê de Política Monetária (Copom) quebrou o ciclo e fez o ajuste para os atuais 2,75% a.a.

Muitos setores vão ser afetados por esse aumento e surge uma inquietação sobre um possível encarecimento para o bolso dos brasileiros, também no mercado imobiliário. Segundo Dowglas Melo, dono da Urban House Imobiliária, sócio da Midas Go Land Bank e especialista no mercado imobiliário, esse aumento atrapalha o consumidor que ainda tem dúvida na compra de um imóvel novo. 

"Essa é uma reação que pode ser desfavorável para quem ainda não se decidiu na compra do seu imóvel. Descontos e facilidades tendem a ser reduzidas para diminuir os impactos dos reajustes que podem vir após o aumento da taxa. A dica ideal é: comprar e financiar o imovel o quanto antes", comenta o especialista no mercado imobiliário. 

Seja para quem vai construir como para quem pretende comprar um imóvel, a Selic serve como referência dos juros para parte dos investimentos de renda fixa e para algumas operações de crédito, como o parcelamento.

"O financiamento na imobiliária de fato é uma das linhas de crédito que são diretamente e rapidamente afetadas pela alta da Selic. O setor teve grande crescimento no ano passado, apesar da pandemia, e esse aumento foi motivado pelas quedas das taxas de juros e por vários incentivos para aquisição de imóveis e moradia", argumenta Dowglas Melo. 

Para entender melhor essa relação, é importante frisar que a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa média de juros paga pelo governo brasileiro em empréstimos tomados de instituições bancárias. Segundo Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SPO, em dezembro de 2020 foram comercializadas 8.799 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 103,2% superior comparado às vendas de novembro (4.331 unidades) e ficou 26,1% acima das 6.980 unidades comercializadas em dezembro de 2019. 
 

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