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Ambev (ABEV3): por que o Safra reiterou recomendação de venda?

Parte significativa das questões que apoiaram a visão se materializou pelo menos parcialmente desde dezembro, dizem analistas

Ambev - Ambev/Divulgação
Ambev - Ambev/Divulgação

O Banco Safra reiterou sua recomendação underperform (venda) para as ações de Ambev (ABEV3), ao preço-alvo de R$ 13,00. Desde que a revisão negativa foi feita pelos analistas em dezembro, os papéis já se desvalorizaram em 13,00%.

Parte significativa das questões que apoiaram a visão se materializou pelo menos parcialmente.

De acordo com os analistas Ricardo Boiati e Rafael Une, a mudança na legislação sobre juros sobre o capital próprio deve levar a uma diminuição significativa nos pagamentos de IoE – até 50% para o Banco Safra – e, consequentemente, no benefício fiscal que ele proporciona.

O impacto potencial das mudanças nos subsídios fiscais estaduais seria mais incerto, na visão dos analistas, já que as empresas têm optado por levar a questão aos tribunais e o Banco Safra espera que a Ambev faça isso.

A Argentina deve sofrer com fortes ventos contrários macroeconômicos, enquanto a indústria de cerveja no Canadá continua a encolher.

O consenso incorporou um cenário mais desafiador, e, por isso, foram reduzidas as estimativas de lucro por ação (EPS) para 2024 e 2025 em 8% e 5% desde dezembro de 2023, respectivamente.

Esforços potenciais, como monetizar outros créditos fiscais, alterar a estrutura de capital e outros podem ajudar a mitigar esses ventos contrários relevantes, mas não totalmente compensá-los, creem Boiati e Une.

No futuro, analistas esperam que a pressão sobre os lucros pese sobre a ação, o que apoia a classificação de venda.

Em geral, analistas aguardam resultados consolidados fracos no primeiro trimestre de 2024, já que a receita deve ser pressionada por volumes estáveis e um efeito negativo na mistura sobre o preço/hl.

COGS/hl mais baixos, especialmente na Cerveja Brasil, devem impulsionar uma sólida melhoria na margem, embora o Banco Safra acredite que isso já seja amplamente esperado, e leve a um crescimento leve (3,00%) no EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado.

No entanto, a redução nos benefícios fiscais de IoE deve levar a uma queda de 2% no EPS em relação ao ano anterior.

Reformas fiscais, matérias-primas como cevada, grãos, alumínio e outros, concorrência, ambiente macroeconômico e mudanças nos hábitos dos consumidores são os principais riscos a tese de investimento.

 

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