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Bradesco (BBDC4), BTG (BPAC11) e Santander (SANB11) são os mais afetados por crise de Americanas

Analistas da Genial Investimentos estimam que as instituições financeiras terão que provisionar pelo menos 30% do montante da dívida com a varejista, devido a entrada em Recuperação Judicial

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O imbróglio do caso da Americanas (AMER3) continua e a companhia divulgou uma nova lista de credores, apresentada à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O documento soma uma dívida total de R$ 41,2 bilhões.

Com base nos dados divulgados, a Genial Investimentos fez um estudo sobre qual o tamanho do impacto nos principais bancos do país, principalmente nos listados e que a corretora possui cobertura.

Considerados os bancos listados, os mais impactados seriam Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11) e Santander (SANB11), escreveram os analistas Eduardo Nishio e Wagner Biondo.

“Estimamos que as instituições financeiras terão que provisionar pelo menos 30% do montante da dívida com a Americanas, devido a entrada em Recuperação Judicial da varejista”, disseram.

Com isso, quando considerado o lucro dos últimos doze meses, o BTG teria uma redução considerável de 7,3%. Santander (-4,1%) e Bradesco (-3,6%), em sequência, também perderiam significativamente.

Já para o capital nível 1, se levarmos em conta 100% de provisão após impostos, o impacto seria de -0,6 p.p. para o BTG, Santander (-0,3pp) e Bradesco (-0,2pp).

Com um pé atrás…

Em relatório, Biondo e Nishio dizem estar ainda um pouco reticentes com as informações divulgadas pela varejista, já que logo após a divulgação dos dados, o Banco Votorantim soltou um fato relevante no qual comunicava que a dívida da companhia com o banco era bem menor que a disponibilizada na lista de credores.

Ainda, o Deutsche Bank também soltou um comunicado e disse que os valores apresentados não eram realistas.

Para se ter uma ideia da divergência dos valores, o documento disponibilizado pela Americanas relata que a empresa tem uma dívida de R$ 3,3 bilhões com o Banco Votorantim.

O fato relevante do banco comunica que a exposição era de apenas R$ 206 milhões.

Já em relação ao Deutsche, o valor apresentado era de R$ 5,2 bilhões e a instituição afirma que não havia nenhuma exposição a varejista.

Segundo apurações da própria Genial Investimentos, a divergência seria porque a Americanas considera o valor total da operação que essas instituições haviam atuado como distribuidoras de Bonds e CCBs (Cédula de Crédito Bancário).

Os bancos alegam que ficaram com valores substancialmente menores em seus balanços, com distribuição a terceiros do restante.

O impacto sobre os bancos

Para o estudo, Biondo e Nishio consideram os valores disponibilizados no documento pela Americanas, já que parte dos bancos ainda não abriram os reais valores expostos a varejista.

Eles acreditam que o valor apresentado para o BTG Pactual de R$ 3,5 bilhões está superestimado, devido a uma parte estar relacionada ao valor de R$ 1,2 bilhão que ainda está em disputa judicial com a varejista e outra parte do montante total considerar uma carteira de seguros (estimado em R$ 400 milhões) que foi ressegurada, o que faz com que o banco não tenha risco direcional a esta posição em específico.

Portanto, a exposição total da BTG Pactual pode variar entre R$ 3,5 bilhões a R$ 1,9 bilhão.

Para Itaú (ITUB4), o montante disponibilizado na lista de credores soma o valor total de aproximadamente R$ 2,9 bilhões. Porém, a Genial desconsidera as posições em fundos de investimentos, já que a maior parte das cotas dos fundos devem ser de terceiros, sem impacto direto no lucro do banco.

Logo, o valor total para a companhia ficou em aproximadamente R$ 2,8 bilhão.

A representatividade da dívida média ponderada após impostos no patrimônio líquido dos bancos presentes no estudo foi de 1,7%. Para o capital nível 1, se levado em consideração 100% de provisionamento após impostos, o impacto médio ponderado seria de -0,2 p.p..

Já para o lucro líquido dos últimos doze meses, considerada uma provisão de 30% após impostos, teríamos uma redução média ponderada de -3,0% e considerando 100% de provisão, o impacto seria de -10,1%.

Portanto, na média, o impacto não deve ser tão significativo apesar do valor do rombo descoberto pela Americanas ser bem expressivo.

A preferência de Genial Investimentos, em relação aos bancos presentes em cobertura, são Itaú e Banco do Brasil, enquanto analistas da corretora permanecem mais pessimistas com Bradesco e Santander.

Os bancos podem começar a provisionar já no quarto trimestre de 202 ou ao longo de 2023, portanto, ainda não sabemos o timing e o volume de provisionamento – que pode variar entre 30% a 100%.

A representatividade da dívida média ponderada após impostos no patrimônio líquido dos bancos presentes no estudo é de 1,7%, sendo que para o capital nível 1, levando em consideração 100% de provisionamento após impostos, o impacto médio ponderado seria de -0,2pp. Já para o lucro líquido dos últimos 12 meses, considerando uma provisão de 30% após impostos, teríamos uma redução média ponderada de -3,0% e considerando 100% de provisão, o impacto seria de -10,1%.

Portanto, na média, o impacto não deve ser tão significativo apesar do valor do rombo descoberto pela Americanas ser bem expressivo. Nossa preferência, em relação aos bancos presentes em nossa cobertura, são Itaú e Banco do Brasil, enquanto permanecemos mais pessimistas com Bradesco e Santander.

A representatividade da dívida média ponderada após impostos no patrimônio líquido dos bancos presentes no estudo é de 1,7%, sendo que para o capital nível 1, levando em consideração 100% de provisionamento após impostos, o impacto médio ponderado seria de -0,2pp. Já para o lucro líquido dos últimos 12 meses, considerando uma provisão de 30% após impostos, teríamos uma redução média ponderada de -3,0% e considerando 100% de provisão, o impacto seria de -10,1%.

Portanto, na média, o impacto não deve ser tão significativo apesar do valor do rombo descoberto pela Americanas ser bem expressivo. Nossa preferência, em relação aos bancos presentes em nossa cobertura, são Itaú e Banco do Brasil, enquanto permanecemos mais pessimistas com Bradesco e Santander.

Para mais informações sobre nossa visão em relação a cada banco, consulte as prévias para o quarto trimestre e perspectivas para 2023.

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