A ata de uma reunião realizada em 2 de dezembro do ano passado revela que a Americanas (AMER3) planejava cortar pelo menos R$ 1 bilhão em investimentos previstos para este ano, antes mesmo de explodir a crise da empresa, em janeiro, revelou com exclusividade o repórter Marcelo Godoy para o jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com a apuração, o documento traz termos duros, como "não podemos ter a queima de caixa que estamos" e "gastamos todo o dinheiro e temos de ir à guerra".
O material revela que a empresa achava que a redução de pelo menos R$ 1 bilhão devia ser feita de "forma inteligente".
O texto mostra que o economista Sérgio Rial tinha conhecimento de que a varejista atravessa dificuldades financeiras. Conforme o que o jornal apurou, o executivo exigiu que elas constassem da ata um mês antes que o fato relevante do dia 11 de janeiro deste ano fosse divulgado, e admitisse um rombo de cerca de R$ 20 bilhões em razão de "inconsistências contábeis".
A existência do documento interno de cinco páginas, do qual a coluna de Marcelo Godoy conseguiu uma cópia, foi relevada pelo site Metrópoles.
Participaram da reunião para o planejamento de Americanas neste ano, além de Sérgio Rial, o então diretor financeiro (CFO) André Covre, além dos diretores Anna Saicali, Marcio Cruz, Timótheo Barros, João Guerra e Vanessa Carvalho, que secretariou o encontro.
Mais informações são encontradas aqui.
As informações são de Marcelo Godoy para o jornal O Estado de S.Paulo.
Atualização:
Por volta de 15:00, a assessoria da Americanas (AMER3) entrou em contato com a SpaceMoney e prestou o seguinte esclarecimento:
“A Americanas informa que a citada ata da reunião realizada no dia 2 de dezembro de 2022 reflete encontro da antiga diretoria com os executivos que assumiriam os cargos de CEO e CFO em janeiro de 2023. De acordo com a ata, assim como os documentos apresentados na reunião obtidos pela atual diretoria da Americanas, foram discutidos no encontro desafios oriundos do resultado publicado do 3º trimestre de 2022 (que veio aquém do orçamento e das expectativas do mercado) e abordadas questões estratégicas para o orçamento de 2023, sem nenhuma apresentação de dados financeiros e contábeis, nem projeções sobre os resultados do 4º trimestre. Absolutamente nada sobre inconsistências contábeis, risco sacado ou VPC foi encontrado na referida ata ou qualquer outro documento obtido sobre a reunião.”