Banco do Brasil

Análise Levante: saída de estatais aumentará liquidez das ações do IRB

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Por Eduardo Guimarães*

O Banco do Brasil confirmou a intenção de vender a sua participação de 15,23% no capital do IRB Brasil, no âmbito da oferta subsequente de ações que pode totalizar até 8 bilhões de reais. O Governo Federal (União), através do BNDES, detém 11,7% das ações do IRB e também irá vender as suas ações na oferta (follow-on).

A oferta de ações do IRB ganhou impulso com a circular publicada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) na terça-feira (9), que permitiu que as seguradoras listadas na Bolsa possam ter controle pulverizado, ou seja, que não tenham controlador definido.

Dessa forma, os acionistas do bloco de controle (Governo Federal, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú e Bradesco) poderão vender as suas participações no IRB se assim desejarem.

Os bancos Itaú e Bradesco detém 11,1% e 15,2% do capital do IRB, respectivamente. O Fundo de Investimentos em Participações Barcelona, da Caixa, possui 3% das ações do IRB.

O período para os pedidos de reserva da oferta de 83,9 milhões de ações do IRB começa hoje (11/jul), com definição do preço da oferta em 18 de julho.

A notícia teve impacto positivo no preço das ações do IRB, com alta de 6,8% das ações (IRBR3). Por outro lado, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram queda de 1,3% nesta quarta-feira (10).

A venda da participação estatal no IRB é positiva, pois aumentará a liquidez das ações do IRB (volume médio diário negociado de 133 milhões em 2019) e reforçará o caixa do Banco do Brasil e da União.

Já tivemos as ações do IRB na carteira As Melhores Ações, que proporcionaram excelente retorno de 45,9% em pouco meses. Recomendamos a venda das ações pois acreditávamos que o IRB não iria mais conseguir entregar resultados tão acima das expectativas em 2019. Dessa forma, o potencial de revisões para cima do lucro líquido do IRB era mais limitado no curto prazo. Pode ser o que estão pensando Itaú e Bradesco neste momento.

Por outro lado, a possível saída dos outros acionistas do bloco de controle do IRB (Bradesco e Itaú), que são os maiores bancos privados nacionais, acende uma luz amarela se as ações do IRB já não estão caras e precificadas à perfeição.

*Eduardo Guimarães é especialista em ações na Levante, empresa de recomendações, análises e carteiras de investimentos. Esta coluna é de inteira responsabilidade da Levante e não reflete, necessariamente, a opinião da SpaceMoney.

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