Anbima

Anbima vê Selic fechando o ano em 2,25% e corte de 0,75 p.p. nesta quarta

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Por Gabriel Codas

Investing.com – Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) que termina hoje, a estimativa dos economistas que representam as instituições associadas à Anbima(Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), no Grupo Consultivo Macroeconômico, é que o corte da taxa Selic seja de 0,75 ponto percentual, em linha com o consenso de mercado.

Para eles, após esse novo corte, a tendência é de que os juros permaneçam estáveis em 2,25% até o encerramento do ano, mas sinalizam que ainda há espaço para outras reduções, com a taxa podendo chegar a até 1,5%.

“O debate entre os economistas concluiu que pode haver espaço adicional para corte na Selic ainda este ano, a depender das indicações que o Copom fará hoje”, afirma Fernando Honorato, coordenador do grupo na Anbima.

Em relação à atividade econômica, é consenso entre os economistas de que a trajetória do PIB (Produto Interno Bruto) nos próximos meses está relacionada à abertura da economia doméstica, que depende de como a Covid-19 ainda evoluirá no país. Essas incertezas, aliadas aos impactos globais da pandemia, levaram para baixo a projeção do PIB no ano, de -4,0%, apontada na reunião passada do grupo (em abril), para -6,6%. As estimativas para o resultado do segundo trimestre também caíram, de -8,35% para -11,65%. Há expectativa de recuperação gradual a partir do terceiro trimestre, para 7,7%, atingindo 2,3% no último período do ano.

“A queda do PIB tem consequência direta no mercado de trabalho. Nesse sentido, as projeções mostram um aumento da taxa de desemprego no país, para 14,4%”, diz Honorato.

A manutenção do teto de gastos é um dos grandes desafios para o período pós-pandemia, de acordo com o grupo da Anbima. Os economistas também indicaram que a estabilidade da relação da dívida pública sobre o PIB é essencial para a manutenção da inflação e dos juros em patamares baixos e para a confiança dos investidores. Para o encerramento de 2020, a projeção de déficit primário também foi revisada, de 8,1% (apontada na reunião de abril), para 10,75%.

Câmbio

Para os membros do Grupo Consultivo Macroeconômico, a indicação de uma recuperação mais rápida do que a prevista na Europa e nos Estados Unidos resultou em menor aversão ao risco por parte dos investidores, que, por sua vez, refletiu na correção dos preços dos ativos nos mercados mundiais, incluindo os emergentes. Os economistas apontaram que houve redução da demanda para ativos de menor risco, o que fez diminuir a valorização do dólar em relação às demais moedas.

No Brasil, o dólar deve encerrar o ano a R$ 5,20. Caso concretizada, a projeção representará desvalorização de 29% do real frente à moeda norte-americana.

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