O Censo da Educação Superior 2023 do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), divulgado nesta quinta-feira (3), mostra que apenas 21,6% dos jovens com idades entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino superior.
Metas do Inep para educação brasileira
Este índice revela que o Brasil permanece longe da meta 12 do PNE (Plano Nacional de Educação). O plano pretende elevar a taxa de matrícula na educação superior para 50% até 2024.
Outra meta estabelecida pelo PNE é aumentar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos para pelo menos 12 anos até 2024. Nesse aspecto, o Brasil parece estar avançando, com uma média de 11,8 anos de escolaridade registrada em 2023.
No entanto, o diretor de estatísticas educacionais do Inep, Carlos Moreno, alerta para as disparidades que persistem.
Ensino superior no Brasil
Segundo ele, a escolaridade média entre os 25% mais ricos é de 13,5 anos, enquanto a média entre a população rural ou os 25% de menor não ultrapassa 10 anos. Para Moreno, tais desigualdades ressaltam a necessidade de políticas educacionais mais adequadas à realidade do país.
Os dados ainda mostram que 20,4% dos 22,3 milhões de jovens nesta faixa etária não estão apenas fora da universidade, mas também não concluíram o ensino médio.
Além disso, 44,8% dos jovens já completaram o ensino médio, mas ainda não ingressaram em uma instituição de ensino superior. Esse último grupo representa um potencial considerável para futuras matrículas.
Uma das inovações do Censo de 2023 foi a análise de quantos estudantes formados no ensino médio em 2022 conseguiram ingressar no ensino superior no ano seguinte.
Os resultados mostram que apenas 27% dos 2,3 milhões de jovens que concluíram o ensino médio em 2022 entraram na faculdade em 2023.
Ensino médio técnico X ensino médio regular
O Inep ainda revelou que os estudantes que concluíram o ensino médio técnico apresentaram uma taxa de ingresso no ensino superior de 44%, superior aos 26% dos egressos do ensino médio regular.
Essa diferença foi destacada por Leonardo Barchini, Secretário-Executivo do MEC (Ministério da Educação), que refutou a ideia de que a formação profissionalizante impede o acesso à educação superior. “Um bom curso técnico aumenta a probabilidade de ingresso no ensino superior”, afirmou durante a coletiva de imprensa.