Os pais ou responsáveis pelos estudantes das quatro escolas nas quais será implementado o modelo de gestão cívico-militar no Distrito Federal terão acesso a um aplicativo para ajudar no acompanhamento da rotina escolar dos alunos. A Secretaria de Educação do DF estuda ampliar o sistema para as demais escolas da rede pública, visando a envolver cada vez mais os pais no processo de ensino.
“Notas, atraso, elogio, dever de casa que não foi feito, tudo isso é lançado, e o próprio sistema avisa aos pais. Então, os pais têm controle diário de eventual atraso do filho. É algo que as escolas particulares têm”, disse o assessor especial da secretaria, Mauro Oliveira.
Oliveira ressaltou que muitos pais não têm acesso a telefone, então a comunicação se dará também por meio da agenda escolar. “O pai recebe bilhete que o aluno recebeu elogio, que ele se destacou ou que não fez o dever ou chegou atrasado. Isso estabelece vínculo com o pai”, acrescentou.
O aplicativo GR8 Escolar é usado em Goiás e foi cedido pelo governo ao DF. “[Queremos] buscar o máximo das melhores práticas e que possam ser replicadas. Esse é o grande ganho tanto desse projeto quanto de outros de sucesso. Há escolas que não têm esse modelo [cívico-militar], mas são de sucesso. O que for de boas práticas deve ser replicado, com certeza”, destacou.
Estudos mostram que a maior participação de pais e responsáveis na educação das crianças e adolescentes ajuda a melhorar o rendimento deles na escola. A participação dos responsáveis tem inclusive mais peso que a infraestrutura das escolas.
Tarefa
Mariney Helena da Luz Stein, professora de artes visuais do CED 308 do Recanto das Emas, disse que obter o engajamento não é tarefa fácil. “Ano passado, como professora, convoquei os pais, carimbei caderno, chamando a atenção dos pais para a falta de comprometimento dos filhos”, disse. “Pedi para, por favor, acompanhar a vida escolar dos filhos. Até agora, não tive respaldo de nenhum pai. Nenhum carimbo foi assinado por um pai sequer.”
Lindalva de Maria da Silva Serra, autônoma, 36 anos, prova que existem exceções, pois faz questão de acompanhar as atividades da filha, Jéssica, 11 anos, aluna do CED 1 da Estrutural. “Sempre que posso venho para a escola, participo de reunião. Ajudo no dever de casa. Ela tem facilidade de fazer sozinha o dever e tem notas boas. Se o pai não acompanhar, se deixar jogada, a criança não vai desenvolver. A gente acompanhando, tem resultado muito melhor.”