Fim de um era

Após 13 anos de investimentos, família Kindermann encerra atividades no futebol feminino

Principal motivo foi o falecimento do presidente do clube, Salézio, em maio deste ano

- Avaí
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Chegou ao fim a trajetória da família Kindermann no futebol feminino. Após 13 anos de investimentos e 12 títulos conquistados, os investimentos realizados na modalidade, feitos principalmente no Avaí, serão encerrados oficialmente. A informação foi revelada por membros da família, em entrevista ao site ‘SCC10’.

“Tomamos essa decisão com a alma, coração e consciência limpa, sabendo que fizemos o que foi possível para que o time chegasse até aqui e concluísse o calendário de competições previstas para 2021. Sabemos do carinho que muitos brasileiros têm pelo Kindermann Futebol Feminino, o quanto essa história e esse legado merecem respeito. Mas esse era o sonho do Salézio Kindermann. O futebol ocupava 100% do tempo dele, ele tinha dedicação exclusiva a isso, entendia e amava esse mundo. Em respeito ao legado dele, nós como família e as atletas que permaneceram até aqui, fechamos este ciclo com a participação na Libertadores, onde encerramos como a 5ª melhor equipe. O legado nunca será apagado, mas a era Kindermann futebol, mantida pela nossa família, encerra aqui”, declararam Daniel e Valéria Kindermann.

Desde a morte do presidente e fundador da equipe, Salézio Kindermann, em maio deste ano, em decorrência da COVID-19, o futuro do clube já havia sendo questionado. Essa foi a primeira vez que familiares se manifestaram sobre os boatos.

De acordo com Daniel e Valéria, todas as 18 atletas contratadas, com carteira de trabalhado assinada, foram dispensadas e tiveram todos os direitos previstos em lei pagos pela família Kindermann.

Além do Kindermann, Salézio também era proprietário de outra equipe de futebol feminino, o Napoli, que também teve encerrar as atividades após seu falecimento.

Daniel e Valéria disseram que as contas acabaram ficando altas demais e, infelizmente, ficou difícil administrá-las, ocasionando no encerramento do projeto.

“Do dia para a noite nós tivemos que assumir a responsabilidade de 65 pessoas, dois times e um custo mensal de R$ 270 mil. Sendo que esse era o hobbie do Salézio, era a paixão dele, e não nossa, da família. Nós somos hoteleiros. Nosso ramo é uma empresa de hotéis. Sabemos falar de hotel, e não de futebol feminino. E do dia para a noite, apesar de não ser nossa obrigação continuar com tudo isso, nos viramos do zero para organizar e entender como tudo funcionava. Demos o nosso melhor para que a equipe não se encerrasse no meio de uma competição e cumprisse o seu calendário de disputas. Fizemos isso não por ser nossa obrigação, porque esse era compromisso do Salézio, mas fizemos para honrar o nome e o legado dele. Demos o nosso melhor e chegou a hora de encerrar”, encerraram.

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