O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, teve a sessão interrompida pela segunda vez na semana nesta quarta-feira (11). O motivo: o circuit breaker, um mecanismo contra a volatilidade, foi acionado quando as perdas chegaram a 10,11%, a 82.887,24 pontos, depois da OMS (Organização Mundial da Saúde) classificar o surto de coronavírus como pandemia.
O fundo do poço? Não dá pra saber se o índice vai cair mais, mas os indicadores econômicos ainda dão espaço para o otimismo. “O anúncio da OMS não muda as práticas que estão sendo tomadas, mas muda a percepção das pessoas e gera pânico, por isso a queda”, explica Guilherme Lisbão, estrategista na EOS Investimentos. “A economia aguenta bastante coisa, estamos mais próximos do fim da crise do que do começo”.
“Os fundamentos são bons”, concorda Sérgio Brito, sócio da Ipê Investimentos. Para os especialistas, as empresas tendem a continuar com lucros mesmo com eventual recessão. Por isso, o momento expande as oportunidades de compra.
“Para quem tem horizonte de longo prazo, é um momento propício para transformar caixa em bolsa”, diz Luciano França, gestor de fundos da Avantgarde Capital. Além disso, as perspectivas de recuperação pós-circuit breakers são animadoras: segundo estudo do Santander, o mercado tem alta de 32% após 50 dias do evento.
Além disso, no futuro próximo, os investidores aguardam o pacote econômico dos Estados Unidos, a reunião do Banco Central Europeu na próxima quinta-feira e a reunião do Copom na próxima quarta, que pode cortar ainda mais os juros.
E, conforme a ciência der respostas acerca do COVID-19, os ânimos dos mercados se acalmam. “Quando houver uma referencia médica, como uma vacina, saberemos o tamanho do impacto”, explica Sérgio Brito.