O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata da sua última reunião, realizada entre os dias 3 e 4 de maio, quando decidiu elevar a taxa Selic para 12,75% ao ano.
O colegiado considera que há riscos crescentes de desaceleração da economia global, em meio a um ambiente de inflação significativamente pressionada.
Porém, o Copom considera que o crescimento da economia brasileira está em linha com o esperado, uma vez que o mercado de trabalho nacional segue em recuperação e indicadores relativos ao comércio e à indústria apresentaram melhora na margem.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, avalia que, no trecho em que os membros depositam as discussões sobre a condução de política monetária, os argumentos utilizados conduzem a percepção marginalmente mais “dovish” (expansionista, leniente com a inflação).
Ele destaca o seguinte parágrafo: “o ciclo de aperto monetário corrente (como) bastante intenso e tempestivo e que, devido às defasagens de política monetária, ainda não se observa grande parte do efeito contracionista esperado bem como seu impacto sobre a inflação corrente.”
“As expectativas condicionais de inflação da própria autoridade deveriam refletir esse “satisfatório” impacto defasado da política monetária, o que não ocorre, visto que 2023 está acima do alvo da meta”, diz Sanchez.
A ata ainda enfatiza a estratégia de indicar “uma extensão do ciclo, com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião” como “adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”.
Na opinião de Sanchez, isso também não se reflete nas expectativas condicionais. No mais, o economista acredita que o texto adicionou poucas informações.
A Ativa Investimentos projeta que a Selic suba 0,50 p.p. na próxima reunião de junho.
Com informações complementares de Investing.com Brasil.