Petróleo

Após derretimento sem precedentes, horizonte é incerto para petróleo WTI

O petróleo WTI, negociado nos Estados Unidos, registrou perdas históricas ao operar com preços no negativo nesta segunda-feira (20). Por volta das 17h, os futuros marcavam -38,52 dólares americanos, uma queda de mais de 300%. 

Mas o que significa, na prática, os preços da commodity estarem no negativo? “É como se os produtores estivessem pagando para alguém levar o petróleo, pois não há mais capacidade de armazenamento”, explica Patrícia Krause, economista da Coface. 

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E, para as coisas voltarem ao normal, nem o corte de quase 10 milhões de barris por dia, promovido pela Opep, foi suficiente. A demanda quase inexistente, com a crise do novo coronavírus, castiga o petróleo. “Ainda vai demorar para oferta se ajustar a demanda”, explica Nadja Heiderich, professora da FECAP. “Tudo depende da pandemia”. 

Para Krause, os petroleiros norte-americanos devem chegar a um acordo para cortar a produção e estancar a sangria. “São vários pequenos produtores, mais difícil de ter pontos em comum”, explica. “E mesmo que tenhamos uma melhora com os contratos de junho, não deve ser tão significativa assim”. 

E a Petrobras?

Apesar da turbulência com o seu principal produto, a Petrobras registrou até modestas perdas no pregão desta segunda-feira: 1,25%, a R$ 15,93. “Isso porque os preços da Petrobras são ajustados pelo brent”, explica Nadja Heiderich, se referindo ao petróleo negociado em Londres, que não foi tão duramente afetado.

Mesmo que os patamares da commodity sejam um desafio para todos as petroleiras, a Petrobras deve seguir sem grandes problemas, afirma Krause. “Ela continua no caminho correto, com foco nos negócios lucrativos”, explica. “Quem terá problemas são os produtores de etanol, com a queda nos preços da gasolina”. 

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