Nesta sexta-feira (25), o Credit Suisse revisou suas previsões para a taxa básica de juros no país. Anteriormente, as expectativas eram de alta de 100bps em maio e 50bps em junho. Agora, espera 100bps em maio, 75bps em junho e 50bps em agosto, elevando a taxa Selic para 14% no final do ano.
A principal causa é a inflação. O IPCA-15 foi de 0,95% no mês de março, acima da projeção do Credit Suisse de 0,91% e acima da projeção mediana do mercado de 0,85%.
“A forte surpresa na inflação foi o fato de ela estar generalizada entre os grupos, com exceção dos serviços. Na comparação anual, a inflação do IPCA-15 permaneceu estável em 10,8% entre fevereiro e março, muito acima do limite superior da meta de inflação do Banco Central de 5,0% em 2022″.
“Apesar da forte indicação do BC de pretender aumentar apenas mais uma vez em 100bps em maio, acreditamos que a autoridade monetária precisará revisar seu cenário para inflação e juros Selic, provavelmente tendo que aumentar as taxas nominais para compensar o aumento esperado à inflação nos próximos meses”, diz.
Na quinta-feira (24), antes da divulgação dos dados do IPCA-15, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que um aumento adicional na taxa básica de juros em junho não é um cenário provável, indicando que o forte ciclo de aperto monetário iniciado há um ano na tentativa de debelar a inflação deve ser encerrado em maio.