O relatório de abril do Banco Safra foi divulgado e o banco atualizou suas projeções para o ano após um primeiro trimestre de quedas: só o Ibovespa, principal índica da bolsa brasileira, desvalorizou mais de 35% entre o início de 2020 e fim de março. Especialistas rebalancearam a carteira recomendada por perfil de investidor, dando chance para a renda fixa com previsão de “elevação na taxa de juros a médio e longo prazo”. Também apostam em fundos multimercados como oportunidade futura, com a reabertura dos mercados.
“Diante do novo cenário para a economia mundial e doméstica, promovemos leve rebalanceamento dos portfólios na busca por aproveitar as melhores oportunidades nas taxas de juros de médio e longo prazos”, afirmam analistas. O artigo do Safra separa a carteira por perfis de investidores: ultraconservador, conservador, moderado e dinâmico.
O alocamento da carteira dos ultraconservadores, que tem tolerância quase zero para oscilações no portfólio, se configura como 75% em renda fixa, principalmente investimento pós fixado; 22% em fundos multimercados e 3% em fundos imobiliários. “Aplicações com prazos mais longos têm potencial de gerar retorno adicional para os investimentos, porém com riscos controlados”, ponderam economistas do banco.
Para os conservadores, que aceitam algumas oscilações nos investimentos, o Safra recomenda que 54% da carteira seja fundada em renda fixa; 35% em fundos multimercados, tanto Macro quanto Long & Short; 5% em fundos imobiliários e uma cifra de 6% em renda fixa local.
Aos moderados, com aceitação a oscilações em seus portfólios almejando maior potencial de retorno, fundos multimercados dominam a carteira recomendada: 46%, principalmente em Macro, mas uma parte em Long & Short. “Fundos Multimercado e Renda Variável dominam a alocação e potencializam o retorno esperado, sempre com controle de riscos”, justificam analistas. A porcentagem de investimentos em renda fixa na carteira recomendada cai para 31% com dominância do prefixado; renda variável consome 16%; fundos imobiliários completam com os 7% restantes.
Por último, o perfil de investidor mais agressivo, denominado dinâmico, recebe recomendação para investir 46% do seu portfólio em fundos multimercados, desta vez todos em Macro. Renda variável consome 25% da carteira desse perfil; enquanto renda fixa toma 20%, mas com prioridade em prefixado; e é recomendado aplicar 9% do portfólio em fundos imobiliários.
Analistas do Safra também reduziram a projeção para o IPCA em 2020, de 3,5% para 2,1%. O valor está cada vez mais distante do centro de meta de inflação para o ano, em 4%. Para 2021, a projeção caiu para 3,3%. A taxa Selic também deve cair, de acordo com projeções do banco. Especialistas acreditam que o Copom cortará mais 0,5 p.b., e até o fechamento de 2021 a taxa básica de juros deve se manter a 3,25% a.m..