Ibovespa

Artigo: o que fazer com minha NTN-B que vence agora?

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Por Glenda Ferreira, da Levante Ideias de Investimento

O número de investidores segue aumentando a todo vapor. Recentemente atingimos números históricos na B3: a bolsa registrou 1 milhão de pessoas físicas investidoras, um nível inédito que deve ser comemorado. Para que você tenha ideia de como o aumento é expressivo, o aumento em relação ao fim de 2017 é de 60%.

Se tal mudança se deu devido a outro recorde – o Índice Ibovespa superou também pela primeira vez a marca dos 100 mil pontos – ou se é de fato devido ao aumento da educação financeira pelo país, nós ainda não temos certeza.

Por isso que o questionamento se o brasileiro está preparado
para encarar o vaivém do mercado acionário é totalmente válido. Como estarão
essas pessoas quando o mercado desabar? Como o investidor vai lidar com perdas
de curto prazo? É, isso pode acontecer com mais frequência do que você imagina.

Nesse contexto, vamos ao tema principal de hoje. Esta semana, por exemplo, cerca de 122 mil investidores do Tesouro Direto receberão R$ 88 bilhões decorrentes do vencimento de seus títulos. Já que estamos falando de recordes: este é o maior vencimento da história do Tesouro, com R$ 9 bilhões destinados aos bolsos de pessoas físicas.

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Em defesa do Tesouro Direto

Como muitos desses investidores estão em dúvida de onde
alocar esse dinheiro que irá pingar na conta agora, resolvi vir aqui em defesa
dos títulos do Tesouro Direto. Apesar do entusiasmo com a Bolsa brasileira,
ainda é importante que você, investidor, mantenha uma parcela considerável de
seu patrimônio em renda fixa.

É lógico que você deve ter percebido que a renda fixa varia.
Para chegar ao rendimento da inflação mais 8,03% ao ano, não foi tarefa
simples. Você se recorda dos dias em que os seus títulos apresentavam prejuízo?

Se sim, sabe do sobe e desce que estou falando. Caso não tenha visto isso, você não deve acompanhar com frequência como está o seu retorno – o que é ótimo para uma construção de patrimônio para o longo prazo.

Ligações de corretoras e bancos

Fato é que essa semana você poderá já ter recebido ligações
de seu banco, ou contatos de sua corretora, em busca de informações de onde
você irá aplicar esse valor que está chegando em sua conta.

É claro que há muita gente bem-intencionada, mas tenha
atenção redobrada aos fundos que serão oferecidos para você. Será que a taxa de
administração está interessante? E quanto aos investimentos do fundo, são
condizentes com a sua expectativa?

Da mesma forma que você não escolhe um livro pela capa, não se deixe levar pelo nome pomposo e bom rendimento apenas nos últimos três meses. É preciso muito mais que isso para que você aloque o seu recurso.

O interesse do banco e o seu interesse

Um adendo importante na hora de sua escolha: a maioria dos
bancos e corretoras zeraram a taxa cobrada para investimentos no Tesouro. Em
outras palavras, agora que não contam mais com o ganho com os títulos públicos,
estão interessados em fazer com que você mude a sua aplicação para uma outra
opção que lhes rendam ao menos alguma taxa – que você nem pode perceber a
princípio.

Por isso, em meio a tantas armadilhas do mercado financeiro, acredito que os estresses dos últimos dias ajudaram a deixar as taxas de juros dos atuais títulos oferecidos pelo Tesouro Direto em um ponto interessante para compra. Gosto muito dos Tesouro IPCA+, em especial aqueles com vencimento em 2035 e 2045.

Gestão da renda fixa pode ser ativa

Mas nada de aguardar o vencimento de cada papel dessa vez. A
ideia é comprar agora e vender em um momento oportuno, em que você terá não
apenas o rendimento prometido, mas também um retorno extra em função das
expectativas de juros futuros. Esta venda antecipada é chamada de gestão ativa
e pode trazer ainda mais ganhos para você.

Com essa gestão, você dribla com categoria o argumento de
que a taxa básica de juros, a Selic, está em suas mínimas históricas e que não
há mais possibilidade de ganhos com títulos do Tesouro.

Por fim, vale sempre lembrar que cabe sempre a você a decisão final de onde é o melhor lugar para colocar o seu rendimento. Independente da sua caixinha de perfil (conservador, moderado ou arrojado), não se prenda a nenhum desses tipos já estabelecidos e faça a sua carteira como é melhor para você.

Glenda Ferreira é especialista em investimentos da consultoria independente Levante. Este artigo foi produzido pela Levante Ideias de Investimento. Leia mais no site da Levante.

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